Ontem eu saí do trabalho pra lanchar.
Sozinha. Ouvindo música.
Saí andando pelo shopping (trabalho em um) e escolhi um banco estratégico distante de tudo e todos.
Justamente quando eu estava pensando se me importava ou não com a opinião alheia, eis que chega uma senhora e bate no meu ombro.
Olhou pra mim de um jeito que não sei descrever.
Talvez fosse pena, não sei.
"bla bla bla"
Tirei o fone do ouvido e perguntei: Desculpe, o que?
"Jesus te ama"
(entrega panfleto)
A senhora não era uma entregadora de panfletos aleatória que sai banalizando as palavras Deus e Amor. Quer dizer, não ali.
Ela realmente achou que eu tava precisando. Me entregou e foi embora.
Mas ao contrário das outras vezes em que eu chego a ficar irritada com esse tipo de atitude, fiquei surpresa. Eu tava pensando sobre essas coisas... e veio uma mulher no shopping me cutucar na hora em que eu tava pensando. Não antes nem depois!
Pá! Na hora minha dúvida se dissipou. Não a respeito de Jesus, Deus ou amor, nada disso. Mas sobre as opiniões!
Pá! Não me importo!
A senhora me achou fracassada, triste, desacreditada, digna daquele olhar!
Pá! Não me importei. De verdade.
Cada um vive na sua ilha, vamos construindo pontes uns com os outros ao longo do caminho.
Gostei da senhora. Pelo menos gostei do que eu senti quando vi ela ir embora. Não foi indiferença, não foi esse tipo de 'não importa'. Foi... tudo bem. Aceito.
Sou exatamente o que você acha que eu sou.
O problema é que SEI que não sou o que EU acho que sou.
Então pra vocês, é sempre mais fácil.
Mentira. Não é fácil pra ninguém.
(aceitemo-nos)