sexta-feira, 16 de novembro de 2012

You're just a human, a victim of the insane

Aos poucos a grande neblina que envolve meu cérebro vai se dissipando e consigo vislumbrar flashes de realidade. A rotina sempre chega de mansinho pronta pra nos devorar.
A novidade sempre envelhece, you know.
Assim como todo o resto. e é isso que nos mantém aqui; saber que um dia não vamos mais estar.
Mas tudo ainda está muito quente, acabado de sair do forno. Por isso ando queimando minha língua com frequência. Não quero falar do que eu não entendo.
Me sinto presa dentro de um filme brasileiro em cartaz num cinema português. Aqui eles interrompem o filme exatamente na metade e fazem dez minutos de intervalo. Estou na parte em que a personagem principal é apresentada ao espectador e ambos não fazem a menor idéia do que os aguardam.
Pois é. Aqui estou eu, à espera do conflito. Existem milhares de possibilidades, por isso ando curiosa pra saber qual delas irá se desenvolver.

Enquanto isso, o alvoroço existencial do momento envolve sexo, drogas, roquenrou e velhice.
falta toque, falta cerveja com amigos, falta língua na língua, falta companhia fodástica pra compartilhar momentos fantásticos, falta barba, falta desejo, falta mão, falta pegada, falta presença.
me dê um minutinho desse intervalo que deve durar pelo menos um dia na vida. Um dia na vida com você equivale a um século na companhia dos que não interessam e vamos ser sinceros... nesse mundo minusculamente enorme os que não interessam são esmagadora maioria.

"The world is just a little town
Everybody trying to put us down
Isolation"

Mas sempre nos falta algo porque estamos constantemente cavando buracos psicológicos que acabam perfurando nossa alma. Eu sou esse buraco negro que suga tudo o que está à volta, sou esse vazio existencial que tenta se preencher através da realização de outras pessoas, sou essa vagina e toda sua simbologia, a eterna passividade, receptividade, a defesa e não o ataque, o abraço e não o soco, a que é penetrada, a fêmea, a mãe, a mulher.

Acima de tudo sou a lua e todas as suas crateras.
(e nenhuma bandeira jamais será fincada aqui)
 

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