terça-feira, 29 de junho de 2010

Não estive ali

É que antes eu não me permitia errar.
Tudo na minha vida era exagerado, aleatório, difuso, confuso, sem-fuso.
Tudo era o que parecia ser.
Como chamam as pessoas com fobia da Verdade, hoje em dia?
Hipócrita. Da cabeça aos joelhos.
Meus pés não, eles me trouxeram até aqui.

Se me tirarem o tapete, o chão continua no mesmo lugar.
Aí fico pulando de tapete em tapete, até achar um lugar que não seja o mesmo ou que não seja o chão.

Talvez o 'potencial' seja uma fábula. Uma história bonita que você contou para si.
O que fazer quando não mais se acredita em finais felizes?
Desde quando finais são felizes?
É o que te fizeram engolir nos seus tempos de criança esfomeada.
E agora quem limpa o vômito?
Todos nós.

Me abraça?

O Tempo da Coragem já era!
Sou da Era da Covardia.
Porque o tempo é covarde.
Meu Tempo é covarde.

Estou cansada de segurar a caveira hamletiana, de me apresentar sozinha neste teatro empoeirado. Pra que serve um teatro vazio se você não é poeira?

Exagerado, confuso, aleatório?
Não preciso mais inalar certeza, esse vício ficou pra trás como tudo o que não sou e fingi ser.
Eu finjo all the time.

Quem disse que não sou pó?


(e tudo isso não passou de um espirro alérgico)

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