sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

tenho a mania de achar importante. tudo muito importante. pra mim é difícil lidar com tudo na vida, levar tudo na brincadeira. embora eu saiba que sou absolutamente nada. não me levo a sério. mas levo todas as outras coisas muito a sério. acho que viver é uma responsabilidade, um comprometimento, por isso vivo fugindo de responsabilidades e comprometimentos.
contraditório? sempre.
tento racionalizar. repito para mim mesma: não eternize os momentos.
e por causa disso, tudo tem se diluído em um mar de futilidades.
Porque meus momentos SÃO eternos. eles tem que ser.
e eu estou afogada em mim mesma. em desistir. mas tenho recebido sinais claros para não fazê-lo.
eu vejo como sinais.
uma música começou a tocar no meu ouvido e eu entendi isso:

"Eu sei que o tempo anda difícil e a vida tropeçando,
Mas se a gente vai juntinho, vai bem.
E eu não sei se você sabe, mas eu ando aqui tentando
E a gente tem o eterno amor de além.
E eu me pergunto o que é que eu sou.
Mas eu não sou mesmo nada
E eu me pergunto o que é que eu fiz
Mas eu não fiz mesmo nada,
Eu penso tanto em desistir
Mas no final, não ganho nada."
É bem isso. E hoje mesmo peguei um livro e abri nessa página:

"...tinha que me entupir de conhecimento, perceber a futilidade de tudo, destruir tudo, me tornar desesperado, a seguir humilde, e depois me apagar inteiramente a fim de recuperar minha autenticidade"

e "com a simplificação crescente o mistério se intensifica"

e é claro, a melhor de todas: "Toda estrada nos leva lá, se seguirmos por ela tempo suficiente".

O autor é o Henry Miller. E a música é da Mallu Magalhães.

Só sei que estou serenamente angustiada.
Eu sou uma desorientada e me preocupo com todas as estradas.
Me preocupo porque penso: 'e se eu não chegar à lugar algum?'
e também me preocupo por pensar: 'e se a gente já chegou no final da nossa estrada?'
e se os meus caminhos tornaram-se outros neste momento eterno?

mas a serenidade da minha angústia se dá pela minha absoluta certeza de que tudo acontece por um motivo. E sempre é pro meu bem. Cosmos é malandro.

Como esse cd está definindo todos os meus momentos, aqui vai mais uma música:

"Até há pouco estava tudo bem,
Todos os sonhos cultivados,
Agora pouco eu até reguei
As flores qu'eu tinha plantado.
Talvez eu seja pequena,
Lhe cause tanto problema
Que já não lhe cabe me cuidar,
Talvez eu deva ser forte,
Pedir ao mar
Por mais sorte
E aprender a navegar."
e é isso. é sempre isso ou aquilo.
só preciso assumir.

Preciso tanto me assumir.
e não sumir, como tenho feito.

Basicamente  tenho que me entupir de conhecimento, perceber a futilidade de tudo, destruir tudo, me tornar desesperado, seguir humilde, e depois me apagar inteiramente a fim de recuperar minha autenticidade.

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