domingo, 30 de maio de 2010

Let it be (fucked)

De repente, ela vem.
Como um espírito que baixa em você.
Você tem que aproveitar enquanto está possuída e agir.
Pegue a espada, o escudo e ande até a Arena.
Deixe que soltem os leões, os touros e as verdades.

Viva e deixe morrer.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Satyricon - parte 1

Parada no alto do Olimpo, observava a multidão. Certeza que toca tunti-tunti no Inferno. Morrer não parecia má idéia. A imortalidade pode ser fatal as vezes.

Pessoas fazendo dancinhas pseudo-cool com um copo cheio de cervejaànovereais na mão.
O mundo tá acabando mesmo, nem é balela.

Um bando de rostinho bonito e sem pêlo. Pedi pra sair.

Cheguei a cuspir hipocrisia no copo plástico de prosecco do neurologista fortão.
'A hipocrisia é amarga', ele me disse.
A gente resolve misturando com red bull.

Enxergar o outro é se conhecer e não se reconhecer.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pareço Moderno

Gosto de cinema, ponto
vivo cheio de manias
tenho uma certa ...
pré-dislexia

Às vezes eu surto mesmo
mudo de assunto
sumo e não assumo
a minha lucidez

Pareço moderno
a te procurar

Caio na balada, admito
Alimento meu espírito
com litros de café e saio pra dançar

Sempre quando acordo cedo
crio uma canção maluca
ligada ao sonho e ao Ménage a Trois
Pareço moderno
a te procurar

Toda vez que eu a encontro
perco o chão, fico sem jeito
quero trucida-la
a esmo
e não partirei enquanto não conseguir meu feito

Sei que pego mal contigo
minha nóia eu não escondo
Sérgio Sampaio vai chegar pra lhe dizer

que eu, que eu, que eu

Pareço moderno,
pareço Roberto
a te procurar

(Cérebro Eletrônico)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exercício

"O objetivo de Don Juan desde o princípio foi fazer o aprendiz parar o mundo. O mundo é o que é porque desde o início das nossas vidas somos obrigados a empregar um sistema de interpretações pela influência dos mais velhos em nós. Com um inventário de memórias e de ítens, e com um diálogo interno progressivamente mais complexo, nossa percepção se torna fixa e enxergamos o mundo da mesma forma todos os dias. Assim, parar o mundo é parar o modo como o Ego conduz subjetivamente nossa consciência. Don Juan bombardeou sucessivamente o Ego de Castaneda, realçando sua pequenez diante da eternidade e da vida. É preciso perder a importância própria para apreciar realmente o mundo ao redor. A vaidade faz com que nos ocupemos com nossos problemas como se fôssemos a coisa mais importante do mundo, e nós tratamos a realidade com uma mesquinharia tremenda. Assim, um bom exercício para se perder a importância própria é conversar em voz alta com as plantas.

Aprender é descobrir o que já sabemos. Agir é mostrar que sabemos. Ensinar é permitir que os outros saibam que sabem tão bem quanto nós."

terça-feira, 25 de maio de 2010

Rascunhos desabafados

"Se a gente tá nessa vida pra deixar nossa marca....
Porque eu tenho tanto medo disso?
Porque tanto medo?
Energia é a base de tudo. E eu nunca coloco minha energia no mundo.
Energia é amor. Acabei de entender.
Se fazer de vítima é simplesmente idiotice. Não há perdedores nesse jogo.
Todos são responsáveis, todos estão aqui.
Parece que tudo se esconde dentro de mim. Inclusive eu mesma."

sábado, 22 de maio de 2010

Porque?

Não dá pra entender. Nunca vou conseguir compreender. Mas preciso muuuuito aceitar. A-cei-tar que as pessoas são diferentes (esquisitas).
Não quero alimentar sentimento ruim. Acho que esses 'incômodos' são necessários... eles nos empurram pra frente.
Excentricidades acontecem, merdas acontecem e... QUE RAIVA.
Ó-kei, namora a menina dentuça, fotografa a menina cafona, sai desfilando com uma menina linda, toca bateria com sua orgasmic face, seja estranho. Não importaaaa!
Está parecendo que eu me importo, nééa? Pois é. Estranho, muito estranho. Uma simples questão de EGO. Pura, simples e deliciosamente: EGO.
Estou vendo que toda esta minha demonstração de 'raiva', 'possessividade' e 'to give a shit about it' é absurdamente inútil e desnecessária. Mesmo assim não me contenho. Meu EGO foi atingido por uma espada e está sangrando!
Ah, caralho, o pior é que nem tem espaço para a inveja! Não tem COMO eu invejá-la. MESMO.
É só... porque?
Você pode ter quem você quiser. PORQUE ELA?

Só isso, uma pequena dúvida.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

You gotta be kind to yourself

Acho que já cheguei a dizer aqui que a hipocrisia nasce da mentira que contamos à nós mesmos.
E, é sério, pra que mentir? Nós arranjamos milhões de desculpas esfarrapadas. Esfarrapadas meeesmo. Porque não há desculpa para a mentira. É libertador quando você descobre a raiz quadrada da sua hipocrisia. Porque aí você pode calcular, se desculpar e se livrar das ilusões baratas que você compra.

'the world is like a science and I'm like a secret'
desvende-se

domingo, 16 de maio de 2010

If you go away

But if you stay
I'll make you a day
Like no day has been
Or will be again
We'll sail on the sun
We'll ride on the rain
And talk to the trees
And worship the wind

But if you go
I'll understand
Leave me just enough love
To fill up my hand

If you go away... if you go away

Essa é a versão em inglês da música 'Ne Me Quitte Pas'.

Tão dramático.

Estou dramática e com vontade de gritar até meu coração sair pela garganta.
Preciso ser espetada com uma agulha até explodir feito um balão.

e-x-p-l-o-d-i-r

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Começa-se

Dê-me um martelo. Preciso de um martelo, uma pá. Já!
Preciso cavar fundo, muito fundo. Preciso me jogar no buraco.
Preciso Precisar. Desejo desejar. Eu quero querer.
Quero achar a certeza. Preciso me achar certa. Acertar com precisão.
Preciso de ajuda. E quem pede ajuda não é fraco. Não pode ser.
Quem pede ajuda precisa ser corajoso pracaralho.
Não sou nada sozinha. Sozinha eu posso ser quem eu quiser pensar que sou.
Quem pensa que é, só pensa que é.
Não é.

Direita ou esquerda? Esquerda. Quadrado ou redondo? Redondo. Alto ou baixo? Alto. Claro ou escuro? Escuro. Grande ou pequeno? Grande. Vermelho ou Amarelo? Vermelho.
Pronto. Pergunta de novo.
Esquerda ou direita? Direita. Quadrado ou redondo? Redondo. Alto ou baixo? Baixo. Claro ou escuro? Clara. Grande ou pequeno? Grande. Vermelho ou Amarelo? Laranja.

Está certa disso? Estou.
Porque? Porque só se começa pela certeza.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sobre o saudosismo.

Ele fala comigo do nada, depois de meses sem dar sinal de vida e sempre me deixa falando sozinha.

Minha última frase:
Saudade de você

Sem resposta

Ele faz parte de um seleto grupo de pessoas que despertam em mim um amor incondicional.
Ele não faz idéia disso. Não importa o que ele diga, o que ele faça. Ele escreve "E aí?" no eme esse ene e eu saio da cadeira arfando. Não entendo. Mas não é pra entender mesmo.
Espero fazer com que ele saiba disso um dia.
Também espero que ele fique sempre longe! Não suportaria viver na mesma cidade que ele.
Com ele longe, a imagem que me inspira poderia ficar no meu coração atééé, bem, até que ele pare de bater.

Mas perto? Tenho certeza que meu coração explodiria.

sábado, 8 de maio de 2010

Juntos

"Você quer que tudo seja como as histórias que você lê, mas nunca escreve.
Você tem que aprender a viver, e viver e aprender.
Você tem que aprender a dar e a esperar sua vez.
Estou preocupado."

Assinado: Jack White/Brendan Benson

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Nada de saudosismo,

Saudosismo é uma espécie de masturbação sem verdadeiro prazer, uma inutilidade atravancadora, que no máximo pode ser empregada para brincadeiras, mas geralmente é perda de tempo mesmo.”

Tudo bem, eu concordo. Não existem bons tempos, só tempos.
E existem as memórias destes tempos.
Na verdade essa história de tempo é muito relativa, como todos já sabem.
Estou na empolgação de escrever sobre um tempo que, dentro de uma verdade sistemática, durou alguns dias. Agora, se você me perguntar eu responderei que vivi uma ERA.

A intensidade absurda e a quantidade surreal de simbolismos fizeram com que aqueles momentos se tornassem referência. A minha referência da Verdade.

Eu lá, imatura, esforçada e superficial.
E ele lá, sendo ele.


- Você precisa transar e fumar maconha.

- Com você.


Eu sou capaz de criar um GRANDE filme sobre estes dias.
Com estes dois GRANDES personagens.

Adiantarei a cena final, que não poderia ser menos grandiosa.

Cine Lapa - Festa de Rock - Noite

Nunca. Repito. Nunca fiquei tão bêbada como este dia.
As pessoas não passavam de borrões encarnados e eu conversava com elas numa alegria exagerada tentando preencher o vazio imenso que estava sentindo porque ele não estava lá.
De fato algumas semanas depois um cara veio falar comigo como se já me conhecesse há anos e eu não lembrava dele de jeito nenhum. Depois fomos descobrir que eu tinha puxado assunto com ele nesse dia do Cine Lapa. Trágico.
Eu sei que ligava de dez em dez minutos e nem lembro o que ele respondia.
Até que alguma hora da madrugada, estava eu do lado de fora exercitando meu lado 'poetisa' (como ele mesmo diz) e bastante introvertida quando olhei pro lado.Ele estava lá. Nos abraçamos. Muito forte. E só.
Fugi. Saí dali. Achei que ia explodir.
Ao longo da noite a gente se esbarrou mais umas duas vezes. E nos abraçamos. Só.
Eu só conseguia abraçá-lo e ir embora.
E ele de fato foi embora. Da festa. Do Rio. Depois do Brasil.
E eu fiquei. Fiquei. E ainda estou.


Antes disso, no início desta história, digamos que antes da primeira virada do roteiro, ele tocou Simon & Garfunkel no violão.
Aí ele foi embora. Não de vez, ainda.
E eu fiquei ouvindo "Dangling Conversation". Essa música entranhou em mim de uma forma inexplicável. Até hoje ouço e lembro da sensação inigualável de esperança, conforto, aceitação e afeto.

Éramos nós... e sou eu agora.

And how the room is softly faded
And I only kiss your shadow,
I cannot feel your hand,
You're a stranger now unto me


Lost in the dangling conversation.
And the superficial sighs,
In the borders of our lives.


(Perdidos na conversa pendente e nos suspiros superficiais, in the borders of our lives.)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dissolver o caramba!

O que é isso?? Eu estava hibernando por acaso??
Me sinto viva quando sinto raiva.
Romantismo grau zero mesmo ouvindo Frank Sinatra. That's me now.
Costumo derreter por qualquer bobagem e a Raiva consegue fazer com que eu vire gelo novamente.

Ontem foi brabo.
Chorei ouvindo 'In the wee small hours of the morning', cantado pelo Frank, antes de ficar surda novamente.
Essa música me lembra o Jack Kerouac. Em 'Vagabundos Iluminados', ele descreve:

'Estava passando o tempo no jardim enquanto escurecia, cantando "Wee Small Hours", quando cheguei à frase "when the whole wild world is fast asleep" meus olhos encheram de lágrimas. "Okay world", eu disse, "I'll love ya".'

E essa música é bizarra. A voz do cara é bizarra. Você consegue perseguir a melodia enquanto ela se infiltra em você. Quando você percebe, uma lágrima sai do seu olho. É a melodia making its way out.

Mas voltemos à Raiva porque eu estava prestes a derreter novamente.
[Droga, era pra ouvir qualquer coisa menos Frank Sinatra hoje]
A vontade de magoar alguém é proporcional ao tamanho da sua própria mágoa?


Todo dia eu prometo que irei me abrir completamente ao que vier, sem medo de me machucar. Mas o medo me persegue. Ele não desgruda.
Só que agora eu estou com uma vontade imensa de pisar em cima dele até fazer CREQUE. Como se o Medo fosse uma barata monstruosa.
Estou com Raiva do Medo.

Ah, quer saber? Eu estou ouvindo 'Strangers in the Night'.
Vai dar tudo certo no final.