quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

don't go down to fannin' street

achava que ficando sozinha eu poderia ser livre.
bullshit
sozinha eu afundo.
escarafuncho a lama do poço e fico por lá.
sabe, já basta. Não quero carregar ninguém pro fundo.
nunca dei nada para ninguém. nunca nunca;
e a gente fica nesse jogo egoísta, o mundo e eu.
se nos meus pensamentos eu saio por aí sozinha e me dou bem,
é porque adoro uma fuga
sei que não sou toda podre
mas o mal cheiro é forte
eu não amo.
ah, mas como eu queria
a prisão da vida
porque só acontece o que tem que acontecer.
e eu estou presa nessa gaiola maluca
porque só o amor liberta
a chave taí
mas se fosse fácil, han
se fosse fácil eu num tava aqui.

quando o amor deixar de ser clichê, pra mim
já vou estar voando por aí há algum tempo

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

esqueci

o que a paixão constrói a rotina destrói
nunca pensei que me acostumaria com o seu sorriso
mas também nunca pensei que me deslumbraria com ele
os meus textos estão chatos porque a minha vida está um tédio total
tô morrendo afogada
PUFAVÔ
me salva

caralho eu preciso te achar incrível
eu vivo te dizendo: FAZ ALGUMA COISA
suplico
porque eu bem sei,
onde tudo isso vai dar

e eu sei que você é incrível
mas não tenho sentido isso

deve fazer parte da bad, né?
DIZ QUE SIM

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

hello darkness my old friend

Não é possível que de lá pra cá eu tenha descarrilhado.
não é possível que depois de pregar tanto contra a hipocrisia ela realmente nunca deixou de estar em mim
que eu não desenvolvi nada, não colhi nada porque plantei coisa alguma.
não é possível que tudo o que me resta são sentimentos humanamente malignos
cíume, arrogância, inveja - insegurança
me recuso.
o meu problema é que nem eu me levo a sério;
sou uma atriz espetacular esta é a verdade.
a única verdade que existe é a música.
por mim vivia em um universo paralelo regado a música
e ar condicionado.
mas fazer o que? Muitos concordam comigo.
resolução de ano novo? sair da bad.
encontrar o sentido novamente.
Eu odeio quando me perco dos sentidos.
e adoro perder os sentidos
(quer dizer, depende)
tudo depende.
eu dependo e me sinto um lixo.
preciso ficar sozinha
como se na verdade eu fosse um copo de vidro
e por dentro só água
e eu despejo minha água nos outros
quando meu copo fica vazio
eu fico vazia
e a única verdade que existe é o vazio.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

fingi-dor

Ele deu início ao meu conto de fadas psicodélico
vestia preto quando todos vestiam branco
citou meu filme favorito enquanto acendia o cigarro
olhava nos meus olhos com uma sinceridade intimidante
'antes eu queria comer as duas, agora eu quero só você'
precisava ser com ele e só com ele naquele mês naquele dia naquela época
entrou em mim, entranhou liberdade
um mensageiro divino.
voltou pro paraíso de onde saiu

no dia seguinte tinham pessoas à minha volta
e minha cabeça doía e eu falava de loucuras que tinham acontecido
não dele. eu não falava dele.
meu peito começou a doer e uma lágrima saiu sorrateira
eu não sabia o que estava acontecendo foi tudo muito involuntário.
levantei, andei um pouco, fiquei com medo
'tenho que ir'
então saí correndo, correndo, correndo
Escancarei a porta de casa
e saíam soluços, saíam lágrimas, aaaaaaaahhhhhhhhh
eu expurguei toda a minha vida naquele choro
foi tão profundo para minha carapaça superficial

algumas dores não se podem fingir

quando criança eu tinha medo de 'arranhar o coração'.
agora tenho que me segurar pra não enfiar uma faca abstrata nele todos os dias

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

things we said today

love me all the time boy, we'll go on and on.
Someday when we're dreaming deep in love not a lot to say, then we will remember things we said today.

Me, I'm just the lucky kind, love to hear you say that love is love.
And though we may be blind, love is here to stay and that's enough

right?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Acredito no fim

então eu disse que tudo o que restou foi uma garrafa.
pouco liguei para o liquido em seu interior porque queria que durasse para sempre. queria que ficasse daquele jeito, o liquido e a garrafa, do jeito que ele me deu.
e assim passaram os dias e sim, os meses.
Falei que não conseguiria dar cabo daquilo, aquele objeto encarnava o fantasma do meu sentimento. E fantasmas são a representação do inacabado.
como eu tenho fé nesse tal de COSMOS. Dei um nome pra ele, porque ele sempre é tão lindo comigo! E já se mostrou presente TANTAS vezes que não existem mais dúvidas para me assombrar.
Sob o efeito mágico do álcool em um dia desses no meio da rua me deu um clique:
faz tempo que não vejo a garrafa.
Cheguei em casa e minha mãe ainda estava acordada.
Perguntei, ela respondeu: joguei fora.
meu olhar mudou, acho que cheguei a apontar o dedo pra ela, só sei que deixei minha progenitora com medo de mim.

e fui pro quarto tentar chorar.
Tentei, esbravejei! Mas não saiu uma lágrima.
A garrafa se foi.
Assim como o sentimento.
foi-se embora do mesmo jeito que veio.
de repente.



assim.

até quando?

ao abrir os olhos pela manhã a primeira coisa que ela vê é uma tela em branco.
quantas possibilidades!
Minutos depois o cérebro começa a funcionar e ela se dá conta:
é só o teto.

Sai da cama e vai viver sua vida opaca.

Ela gosta de barbas por recalque. Queria ter uma.
Até quando irá trancar sua inspiração no corpo de um homem?

terça-feira, 30 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

love is real

essas peças que nós pregamos em nós mesmos, sabe.
sabotagem bem executada. minas colocadas sob sua própria felicidade.
por um ideal, por um valor, por sentido?
por algo que vale a pena?
não.

por absolutamente nada.

love comes over you, you screw it up and all you have to say is:

"I don't wanna fade away
in your heart I want to stay"

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

falasério

Sério, não existe motivo, não existe razão, muito menos tesão.
então porque?
porque ele tem sotaque ou porque ele tem uma banda?
porque ele tem uma barba e olhos azuis?
porque ele tem namorada ou porque eu tenho namorado?
porque eu quero mandar todo mundo se fuder?
que escrotice. fala sério, antes fosse o Paul McCartney.
o Paul tem o direito de ser quem ele quiser.
e eu daria pro Paul, tá?

sábado, 6 de novembro de 2010

messias pessoal

"Você acha que seu ego exageradamente inflado dificulta suas relações pessoais?

Sim, e dificulta principalmente com gente que fica só na superfície das coisas."
answered 9 months ago


a vida é palco.
Por mim poderia ser só isso.
Eu como platéia única. Você como um dos poucos honestos canastrões-performáticos.
assim a minha vida seria somente um reflexo dos seus gestos, a consequencia das suas atitudes, o gozo da sua transa-ção.

E pra que ser mais do que isso?

Jamais desça do palco.


Eu sou aquela que fica na superfície das coisas.

venha transbordar o seu ego em mim,
me perfurar com as suas palavras,
me infeccionar com o seu talento.

me inspirar a ser eu.

e "fazer do amor um vício
Por milagre na horizontal"

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

set me free!

estou com muito medo deste momento absolutamente sem medo em que estou vivendo.
que absurdo tamanho! esse de se contentar com o que se tem.
todos os fucking dias preciso lutar contra minha natureza, nadar contra a minha correnteza jogando água nesse cimento que eu chamo de pele (antes que seque)!
que absurdo! a conformidade. ser a metade quando na verdade é o dobro que te define.
quantidade/qualidade/liberdade.
ah esse mundo pequeno. Pequeno no pior sentido da palavra.
NINGUÉM merece ser pequeno.


eu não quero morrer, quero explodir.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

'so kiss me and smile for me'

a paixão é cega, o amor vê e o pensamento destrói.

domingo, 24 de outubro de 2010

Finalmente

consegui apostar todas as minhas fichas no Tempo.

sábado, 23 de outubro de 2010

Quero xingar muito aqui no blog.

Só digo uma coisa: se Júpiter Maçã abrir o show do Paul McCartney em Porto Alegre eu VOU XINGAR, XINGAR E XINGAR até que a JUSTIÇA volte a reinar neste mundo obtuso e insensível.
Porque, né, SÓ FALTAVA ESSA pra minha vida ficar muito mais LEGAL.

enfim, eu sei que vou no show do Paul em São Paulo.
Mas não estou conformada. E é isto que tem acontecido ultimamente, não tenho me conformado com porra nenhuma.
Eu vou ver o meu ídolo-mor de perto, MAS NÃO É SUFICIENTE.
Simplesmente acho que 10 anos de intensa dedicação emocional não vão ser saciados por apenas UM showzinho de 3 horas.
O que são 3 horas em um dia nessa vida minha gente?
Pré-adolescente feelings TOTAL. Me deeeeixa!


PUTA FALTA DE SACANAGEM

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

tão sóbria e só

meu mundo acabou
ou me mato ou me trato ou me acabo em alcool
algo que faça sentido algo que me traga alivio
estou tão sóbrio e só.

ter voce por perto
ou me calo ou te bato ou me acabo em alcool
algo que faça sentido algo que me traga alívio
estou tão sóbrio e só, tãão sóóó...brio e só

basicamente, é isto.
está tudo dando sutilmente errado.
Talvez porque não tenho me embebedado com frequencia.
Até isso está dando errado. Bebo, bebo e fico na mesma (merda).
Me sinto como se estivesse dando uma loonga caminhada por aí...
Reunindo os acontecimentos, fazendo notas mentais, respirando e sobrevivendo.
Saudade até da época em que eu inventava o sentido e tudo naturalmente se encaixava nele. Estou sem criatividade. Nem posso mais pegar emprestado.
Volta e meia eu pegava emprestado o sentido dos outros porque estava com preguiça demais pra inventar/descobrir o meu.
Mas agora isso já foi longe demais.
Em outras épocas eu estaria absolutamente devastada, mas não.

Só estou genuinamente triste.

sábado, 16 de outubro de 2010

can't turn back the tide

Quando você não tem nada a dizer, isso quer dizer muitas coisas.
(você só não sabe o que são)
Então eu respiro fundo esperando que o oxigênio tenha garras poderosas.
Quem sabe ganho algum sentimento de brinde? Um bicho de pelúcia também serve.
Não quero falar sobre a falta que me faz sentir. Sentir - Falta.
Penso em acontecimentos psicodélicos e percebo que talvez eu seja mais careta do que pensava. Mas prefiro pensar que o mundo é careta e eu sou psicodélica.
A capacidade de ser exatamente o que esperam de mim é a mina que está prestes a explodir aqui dentro.
Me prendo às pessoas porque sou um balão e tenho medo de sair voando e nunca mais voltar. Mas veja bem, "não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer?" (Lispector)
Talvez seja hora de ir.
Tentei achar meu caminho enquanto estava presa e não me dei conta de que talvez eu nunca vá encontrá-lo desta maneira.
Existem caminhos em todas as direções.
O meu não está por aqui em parte alguma.
Está lá fora, fora deste planeta mas ainda nesta dimensão.

Talvez seja hora de ir.



"Never had no destination, could not get across.
You became my inspiration, oh but what a cost.
'Cause every time I hear that melody, well, something breaks inside,
And the grapefruit moon, one star shining, is more than I can hide.
And I slip just like the stars into obscurity.
And the grapefruit moon, one star shining, is all that I can see."

Grapefruit Moon, Tom Waits

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

shiny shiny boots of leather

Barba com barba. Absolutamente delicioso.

Deliciosos.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Heroína.

eu não deveria existir, sou fraca demais para o meu destino.
nasci bem abaixo do nível das minhas expectativas.

baby, get me away from here I'm dying

play me a song to set me free

terça-feira, 28 de setembro de 2010

growing old

April come she will
When streams are ripe and swelled with rain;

May, she will stay,
Resting in my arms again

June, she´ll change her tune,
In restless walks she´ll prowl the night;

July, she will fly

And give no warning to her flight.

August, die she must,
The autumn winds blow chilly and cold;

September I´ll remember.
A love once new has now grown old.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

(aham)

Estou muito descontente.
Relaxei, admito, entrei na zona de conforto.
Peloamordedeus alguém me tira daqui? Porque se depender de mim, eu morro aqui.
e não vai ser de tédio, mas de preguiça.
Tenho certeza que um dia morrerei (literalmente) dessa desgraça.
Preciso de um salvador. Ah, pro cacete que eu sou forte e auto-suficiente.
Fingi que sou a vida inteira. Chega!
Ei, tô aqui! Vem me salvar!
Tá, olha só, eu sei de tudo. Mas hoje quero fingir que não sei.
Hoje eu estou aqui, olhando pra merda desse computador com a melhor das intenções, sincera, aberta, escancarada, ciente do meu estado deplorável.
De dar dó.
então vem! É, você! Você com seus pontos de vistas inusitados, com sua personalidade surpreendente! Vem me dizer que as pessoas não são todas um porre!
Ou talvez eu simplesmente tome um porre. Mais fácil.
Ah, o amor que nada! Nada cansa mais do que a felicidade.
Poesia é o caralho.
Palavrões são poéticos.

A essa altura você já me decifrou, já sacou qualé.
Tenho certeza! Sou facinha.

então depois me conta tá

bejo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A poem by Charles Bukowski

there's a bluebird in my heart that
wants to get out

but I'm too clever, I only let him out
at night sometimes
when everybody's asleep.
I say, I know that you're there,
so don't be sad.
then I put him back,
but he's singing a little in there,
I haven't quite let him
die
and we sleep together like that
with our secret pact
and it's nice enough
to make a man weep,
but I don't weep,
do you?

domingo, 5 de setembro de 2010

Terra de ninguém

neste momento não estou conseguindo distinguir o que aconteceu do que não aconteceu.
o sono tem efeitos alucinógenos, for sure.
Só sei que saí de casa ontem e ainda não voltei.
estou tentando escrever aqui pra tentar me manter acordada.



ops



as pessoas são muito carentes, muito muito.
acredito nessa vibe de 'dar', 'to give love, you know' e tal.
acredito que você pode abdicar de si mesmo durante alguns momentos compartilhados.
boto fé na teoria beatleniana do the love you take is equal to the love you make.

mas eu tô com sono. muito muito
e não estou sentindo absolutamente nada.
não tô afim de dar porra nenhuma.
eu sei, ninguém tá me pedindo nada, mas eu fico muito puta porque eu sou muito mendiga de mim.
'me vê um trocado ae, tia', ' me dá um pouquinho do que você tá sentindo, tia'
ah que saco, me deixa dormir!
é possível parar de se cobrar por pelo menos um minuto?
Nada está bom, nada é suficiente, nada nada nada nada e chega em nowhere land.
a real nowhere land where I keep making my nowhere plans for nobody.

Sabe, tô aqui fingindo estar puta! A verdade é que eu tô super relaxada.
Porque eu estou com muito sono, já disse isso?
Então somente UM pensamento permeia minha mente.
Palmas, muitas palmas senhoras e senhores porque vocês estão presenciando um momento muito raro.
Só estou conseguindo me concentrar NELA.



meu único e verdadeiro amor.



Cama, te amo.
já chego aí para consumarmos nossa relação.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A garrafa de gatorade

Tudo o que restou foi uma garrafa de gatorade.
Foram meses de idealização, muitos meses, meses que viraram um ano.
Meses de descobertas interiores absurdas, meses de inspirações coloridas.
Foram os melhores meses que alguém poderia ter.
Agora, tudo o que resta é uma garrafa de gatorade escondida dentro do armário.
E em uma segunda-feira, o dia que simboliza a própria realidade, eu resolvi acabar com essa garrafa.
Mas não consegui.
O gosto amargo do conteúdo vai ficar pra sempre em mim, tenho certeza.
A amargura do fim.
Do fim do líquido, das minhas aspirações, inspirações e idealizações.
Ele disse que o líquido falava a verdade e colocou um pouco numa garrafa velha de gatorade (que eu sei que ele toma quando está de ressaca). Tinha umas 3 garrafas vazias espalhadas. Mas ele pegou uma e disse:
“Já que você não me vê mais como verdade, finalmente, tome isso e descubra a sua. Descubra que você é de verdade.”
O que eu bebi foram 3 tampinhas de um líquido forte.
Já passaram duas horas e só estou com dor de cabeça mesmo.
Drogas não funcionam comigo.
Minhas expectativas em torno delas são grandes e elas sempre me decepcionam.


Mas ele prometeu a verdade.
E pelo visto três tampinhas não são suficientes.
A verdade tem um preço alto.
Pelo visto, o conteúdo inteiro da garrafa.
Pelo visto, todas as minhas idealizações, inspirações e aspirações.
A verdade quer que eu me desfaça da garrafa de gatorade e de todas as bullshits que ela simboliza.
E eu não preciso tomar nada pra saber disso.

domingo, 22 de agosto de 2010

be prepared to be surprised

Você está quase vencendo.
E saber disso me dá agonia porque significa que eu estou perdendo.
Ultimamente tenho vivido a angústia dos dias reais, tediosos, medíocres.
Tentei sempre relacionar você com a minha realidade, te jogar
na segurança do racional.
Porque a realidade pra mim é racional, tediosa e medíocre.
Então enquanto eu estava ocupada demais vivendo entre a inspiração e a depressão, você entrou de mansinho com seu sorriso e eu deixei você ficar porque é bom ter um sorriso bonito pra me distrair nos dias em que eu canso de mim.
Mas você abusou da minha boa vontade.
Você e esse seu sorriso.
Então comecei a inventar desculpas.
Desculpas são como saídas de emergência.
Qualquer bobagem desde 'você não me liga' até 'quero transar com esse outro cara que não está nem aí pra mim pra ter uma desculpa palpável sobre o fato de que eu não te mereço'.
Mesmo sabendo que eu mereço.
Tudo isso porque você me dá muita raiva.
Igual àquela música do Velvet Underground:

"Sometimes I feel so happy
Sometimes I feel so sad
Sometimes I feel so happy
But mostly you just make me mad
Baby you just make me mad"

Tenho muita raiva de tudo o que você faz, de quem você é.
Tenho raiva porque odeio perder, a verdade é essa.
A verdade é que seu sorriso está vencendo e eu estou me perdendo.

Nele.

domingo, 15 de agosto de 2010

bunch of lonesome heroes

Todos os meus sentimentos foram sugados.
Se alguém vir minha inspiração por aí, diga que sinto sua falta.
Estou ligada no piloto automático.
Ando na rua e não sinto meus pés.
Falo com as pessoas e não sinto timidez/afeição/ aversão.
Só preguiça. Uma preguiça tão gigantesca de existir que não deixa espaço nem para oxigênio. Deve ser por isso que ando sem vontade de respirar. Preguiça.
Gosto de pensar em hibernação não-opcional. Minha mente tá em greve e meu corpo fez questão de me colocar na cama. “Ô, deita aí que a coisa tá preta pro nosso lado”.
Durmo aquele sono sem sonhos. Não sinto nem saudade e nem a realidade.
Não quero ser diferente ou igual. Até porque sou apenas um animal que se deu conta de quem é. Que sente o que não quer. Que conseguiu ficar em pé.
Eu não tenho coragem de mudar nem a cama do lugar, imagina minha vida. Espetacular.
De verdade? Estou com preguiça de ser corajosa, de ser forte.
Hoje você não vai conseguir tirar nada de mim.
Estou sem troco. Sem troca. Tá tudo oco. Sem coca.
Não estou conseguindo me levar a sério.
Não estou conseguindo me levar a lugar algum.

Não quero nada de ninguém. Mas um abraço espontâneo ou um elogio ainda conseguem me arrancar um sorriso. Infelizmente o sorriso automático de alguém que não sabe abraçar a profundidade dos momentos. Enquanto isso, alimento minha superficialidade como algum vilão psicopata alimenta sua cobra de estimação.
Quero que as pessoas não tenham preguiça de olhar através de mim.
Quero que elas descubram todas as minhas bullshits! Só assim para parar de me enganar. Quando acabarem as pessoas do mundo que gostam de ser enganadas. Esta é a maioria. E a maioria sou eu.

E eu... só quero tê-lo em mim.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

like a bird on the wire

Like a baby, stillborn,
like a beast with his horn
I have torn everyone who reached out for me.
But I swear by this song
and by all that I have done wrong
I will make it all up to thee.
I saw a beggar leaning on his wooden crutch,
he said to me, "You must not ask for so much."
And a pretty woman leaning in her darkened door,
she cried to me, "Hey, why not ask for more"

Oh like a bird on the wire,
like a drunk in a midnight choir
I have tried in my way to be free



Leonard Cohen did it for me.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

abraçando a memória.

Lá pro meu sexto dia absolutamente sozinha em casa, liguei a TV na hora de um programa chamado 'Spectacle: Elvis Costello with...'. Estavam lá alguns seres desconhecidos por mim. Todos com um violão em mãos numa fileira horizontal. Eles eram compositores famosos. Tinha um velhinho no canto e uma moça bonita de cabelos vermelhos do seu lado esquerdo. O velhinho quase não se mexia.
Chegou a vez da moça cantar. E ela resolveu interpretar uma música do Harry Nilsson.
essa aqui.

In the wintertime keep your feet warm
But keep your clothes on and don't forget me
Keep your memories
But keep your powder dry too

Don't forget me, don't forget me
Make it easy on me just for a little while
You know I think about you
Let me know you think about me too

And when we're older and full of cancer
It doesn't matter now, come on get happy
'Cause nothing lasts forever
But I will always love you

Quando tudo o que você tem são memórias de momentos que significaram o mundo pra você. Memórias de situações vividas com outra pessoa. E essa pessoa não dá o mesmo grau de importância que você dá para aquelas situações porque, é claro, vocês são diferentes.
Mas você é surpreendida por:

- ...
- Porque você tá rindo?
- Tô lembrando de quando a gente se conheceu.
- ...
- Foi massa.

É, foi massa. Ele era outra pessoa e eu também. Um ano e meio faz tanta diferença na vida e a gente só percebe quando esbarra na memória do nosso velho-eu.
Os caminhos se abrem.

Eu não quero que ele esqueça. Nos esbarramos num cruzamento. Ele não vai lembrar sempre, mas vai lembrar sempre que me ver.

Todos os meus sentimentos mais importantes ficam guardados e trancados num pequeno armário. Ele tem a chave e considero isso cruel. Porque ele não sabe disso e pior, não o interessa saber.

Enquanto isso eu ouço a música e meu coração se contrai, quase suplicando:
Don't forget me. Don't forget me. Make it easy on me just for a little while. You know I think about you. Let me know you think about me too.

Aí o velhinho, por quem eu não dava nada, começa a tocar uma música linda.
Eu e a moça de cabelo vermelho começamos a chorar.

Cause nothing lasts forever
But I will always love you

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pausa, respira e toma o chá.

Ele é escroto, se acha, é lindo e tem talento saindo pelos poros. Literalmente.
Porque parece que ele me infecciona. Descobri. Chamei o tempo todo de inspiração. Mas é infecção.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

observando janelas

hoje vou ter que arrumar a bagunça.
varrer o chão, limpar ferida, tirar mancha do colchão, passar lustra-móvel.
como eu faço pra limpar dentro? tá tudo embaralhado.
a realidade ou a minha imaginação? pela primeira vez terei que fazer uma escolha concreta. Não quero! I don't wanna grow up.
eu vivo falando aqui sobre inspiração.
Ela voltou. Mas dessa vez chegou diferente.
Meu coração tá tão inho. Tenho a impressão de que não passa de hoje, está prestes a desaparecer.

Não quero escolher.

Posso estar fazendo tempestade em copo d'água, mas perto dele eu sempre transbordo.
E ele está tão perto!

De um lado tem essa outra inspiração que me ajuda a ser exatamente quem sou.
E por outro tem a que me impulsiona para além de mim.
É JUSTO ESCOLHER?

Quero que a inspiração me coma.

Mas neste momento só quero entrar em coma mesmo.

sábado, 31 de julho de 2010

fim do mês

estou aqui sentada.
fumando desesperadamente o único cigarro disponível, vasculhando nas bolsas à procura de mais unzinho. de saia de cintura alta porque foi a primeira peça de roupa que encontrei jogada na cama bagunçada. tomando cerveja, quer dizer, engolindo cerveja, porque comprei 1 litro e eu vou ter que tomar ela inteira pq a garrafa não fica em pé no congelador e minha geladeira não está funcionando e eu não vou desperdiçar Quilmes.
minha amiga acabou de ligar falando preu me arrumar porque a noite vai ser psicodélica. sou a própria imagem romântica da decadência. os seres humanos são ironicos e inventaram um dia para o orgasmo. aham. vou mandar um beijo pro orgasmo, porque ele merece. ele tá lá quando a gente precisa dele. Aliás, nem sempre. nem sempre mesmo.
Tô com medo porque hoje eu não tô com medo de fazer merda.

eai?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

me leia para que eu seja.

Hoje saí devorando textos com a esperança de me deparar com algumas palavras que conseguissem aliviar esse troço corrosivo da porra do meu coração!
E eu achei! Achei um texto lindo da Tati Bernardi que expressa perfeitamente pelo menos 1/15263254 do que estou sentindo. Portanto, trate de ler!
Estou escondida nas entrelinhas.

"Eu não vou gostar de você. Nunca. Jamais. Eu jamais vou gostar de alguém. Se você começar, vou tornar sua vida um inferno. Uma vez me agradando, essa será sua rotina eterna. Sem fim. Porque nada me agrada. E tudo sempre será pouco e ridículo e até ofensivo. Então, nem comece, nem tente, não faça nada.
Eu nem estou vendo você. Percebe? Não me peça para abrir os olhos no meio da minha tentativa de me sentir através de você. Não brigue comigo porque não sei permanecer em nós na hora do brinde. Eu sequer vejo você, como posso ver isso que chama de “nós”?
Só me empreste seu rascunho, deixe que eu termino o desenho. Me empreste seu contorno, deixa que eu preencho, recheio, enfio coisas aí. Me empreste isso que é você e que vaga por aí. Eu dou nome e dor e limites e histórias. Eu dou tudo. Deixa. Por favor. Se vire. Se quiser ficar por aqui mais um tempo, se vire. Seja nada, por favor. Me deixa fazer, por favor. Me empresta sua altura para eu subir. Me empresta seu silêncio para eu morrer. Me empresta sua volta para eu viver. Me empresta sua boca para eu me beijar. Me empresta seu pinto para eu me comer. Me empresta sua gana para eu gritar.
Me empresta seu sorriso para eu achar graça na vida. A sua língua para eu me engolir. A sua preguiça para eu cansar um pouco de mim, também preciso disso. E o quente das suas costas para eu dormir comigo. E o seu desejo para eu sentir que piso nesse mundo. Esteja aqui para que eu esteja. Por favor. Só isso. Tenha fome para que eu sobreviva. Pense em mim para que eu exista. Me leia para que eu seja.
Nunca, jamais, diga coisas absurdamente suas porque quando eu não mais puder me ver em você, acabou. Entende? Se eu não puder me ver em você, não resta nada. Então, não diga, não faça, não opine, não brigue e, principalmente: não me agrade.
Eu me agrado através do que vejo de mim em você. Então, jamais, em hipótese alguma, me ame com propriedade. Seu amor de surpresa é uma solidão terrível. Me ame com o meu amor de sempre. Me ame apenas com o que tem de mim em você. Me compre com o dinheiro que eu depositei em você. Não quero nada seu. Sou como a minha geladeira, to sempre gemendo, precisando de conserto, fria, nova, escandalosa. Mas se você encostar nela de novo, com sua vontade de arrumar minha vida, eu te expulso daqui.
Sou demais pra mim, me leve embora. Guarde um pouco com você. Não, não traga suas coisas. Leve as minhas. Divida. Sua casa é maior, seu peito, seus anos. Divida comigo eu mesma e já teremos problemas e soluções e motivos para duzentas vidas. Seja eu e por favor veja o que dá pra fazer com isso. Porque eu não sei.
Apenas apareça de vez em quando e traga um pouco de mim. Não muito e não sempre e não demais, para que eu sinta saudades e possa sonhar comigo, para que eu consiga pensar em mim. O que mais faço é na verdade o que jamais fiz. Nem por um segundo. Pensar em mim. Gostar de mim. Sempre e nem por um segundo."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dia 4

testando, testando!
olá

Aqui quem vos fala é a metade de alguém.
Agora estou sem tempo para explicar o motivo da rachucha.
Preciso compartilhar rapidamente algumas informações com vocês, estão me ouvindo?
Minha cabeça está doendo, as pálpebras estão quase fechando, o estômago reclamando, a realidade clamando por atenção. Esta metade não está nem sóbria nem dopada. Nem sentada, nem deitada, nem levantada. Os olhos estão atentos, o ouvido está meio entupido e o nariz só cheira podridão. Não está mal.
alou. alou. Ainda aí?
Nada disso deveria soar como reclamação, vocês puderam perceber pelo meu tom de voz.
É só uma constatação.
É estranho estar dopada e presa na realidade ao mesmo tempo.
É impressionante mas
é possível acostumar-se com absolutamente tudo.

Quero dormir e só acordar daqui a 6 dias, pode ser?

- Não, NÃO PODE

shhhh, não liguem para esta outra voz. É a outra metade querendo se meter no meu depoimento! SAI DAQUI!
Enfim, desculpe queridos. Precisava falar aqui.
Essa coisa que quer sair de mim não se manifestou dessa vez!
até breve

terça-feira, 20 de julho de 2010

tomorrow maybe even brighter than today

eu tinha muito medo do vazio.
Não tenho mais.
A sensação se compara a uma queda infinita para dentro de um buraco negro.
a uma queda infinita para dentro.
falling falling falling.
até que você e o buraco tornam-se um.

sentir palpitar em cada molécula do seu ser a verdade maior de todas:
solidão

A solidão é um buraco dentro.
Despeja-se tudo e todos para tapá-lo.
Não adianta, é claro. Fugir do buraco é escapar da verdade.

Consigo me distrair muito bem.
Afinal, sentir a verdade 24hrs por dia é simplesmente impossível.
Me distraio com a esperança de encontrar outras verdades.
Todos esses seres humanos, sem exceção, sabem de tudo. Só fingem que não sabem.
É preciso atuar nesse filme. A vida é somente um filme, sem dúvida.

Eu agarro o vazio com as mãos, olho nos olhos dele e digo: não tenho medo.
Ele vai me engolir do mesmo jeito, mas eu não tenho medo.


'Lonely eyes, lonely face, lonely, lonely in your place'

quarta-feira, 14 de julho de 2010

é esse jogo

"Então, eu não acredito que falte inspiração porque não me enxergo em mim. Sou muito mais biográfico sendo os outros. Se eu quisesse contar minha vida não teria inspiração nenhuma. Minha vida é um atrito diante das outras vidas. Eu vivo recuperando o que é meu nos outros. E vivo devolvendo o que é dos outros que estava em mim. É esse jogo de comparações."

Carpinejar

sábado, 10 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

I just wanna love,

and be loved in return.

auto-sabotagem

Estou começando a perceber que tenho pavor de Constância.
Não, Constância não é uma pessoa. Mas se fosse, seria minha arquiinimiga.
Tudo tende ao tédio. Eu não tenho pavor do Tédio, simplesmente sinto certo 'nojinho' por este ser super amigo de Constância.
Procurei sobre a dita cuja neste mundo cibernético globalizado e me deparei com algumas citações.

"A Constância não deixa que o homem se perverta: eleva-o." (Textos Cristãos)

"O homem sem Constância nunca pode ser considerado sério nem virtuoso."
(Textos Judaicos)

"A minha inconstância é tão constante que acabou se transformando numa grande Constância." (Jaak Bosmans)

"Se os homens fossem constantes seriam perfeitos." (William Shakespeare)

Enfim, adoro concluir que religião é uma parada super FUCKED UP.
Mas não é exatamente sobre isso que quero falar.
Minha pergunta é: o que fazer quando você está absolutamente ciente de uma absurda cagada que seu corpo e mente estão prestes a fazer 'behind your back'? Você impede? Como, se seu pavor tem proporções gigantescas e isto torna-o mais importante que seu bem-estar?

Quer dizer que preciso faltar o respeito comigo e com os coadjuvantes só para fugir loucamente de Constância, Rotina e Tédio? Cruel.

Só sei que PRECISO de emoções fortíssimas, preciso associar simbolismos às emoções, preciso me rasgar de chorar, ouvir músicas que falam por mim, quiçá compôr músicas que me escutem e sofrer. Eu e o sofrimento somos amigos íntimos!

E aí, alguém pode me salvar de mim?

terça-feira, 29 de junho de 2010

Não estive ali

É que antes eu não me permitia errar.
Tudo na minha vida era exagerado, aleatório, difuso, confuso, sem-fuso.
Tudo era o que parecia ser.
Como chamam as pessoas com fobia da Verdade, hoje em dia?
Hipócrita. Da cabeça aos joelhos.
Meus pés não, eles me trouxeram até aqui.

Se me tirarem o tapete, o chão continua no mesmo lugar.
Aí fico pulando de tapete em tapete, até achar um lugar que não seja o mesmo ou que não seja o chão.

Talvez o 'potencial' seja uma fábula. Uma história bonita que você contou para si.
O que fazer quando não mais se acredita em finais felizes?
Desde quando finais são felizes?
É o que te fizeram engolir nos seus tempos de criança esfomeada.
E agora quem limpa o vômito?
Todos nós.

Me abraça?

O Tempo da Coragem já era!
Sou da Era da Covardia.
Porque o tempo é covarde.
Meu Tempo é covarde.

Estou cansada de segurar a caveira hamletiana, de me apresentar sozinha neste teatro empoeirado. Pra que serve um teatro vazio se você não é poeira?

Exagerado, confuso, aleatório?
Não preciso mais inalar certeza, esse vício ficou pra trás como tudo o que não sou e fingi ser.
Eu finjo all the time.

Quem disse que não sou pó?


(e tudo isso não passou de um espirro alérgico)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

I do know.

Tudo começou no primeiro dia do ano de 2009.
Eu nunca me canso de escrever sobre essa história, porque ela me inspira.
E poucas pessoas, coisas ou ações verdadeiramente me inspiram.
Inspiração é liberdade! Por um momento você permite se ver livre das amarras a que se prendeu. E consegue vislumbrar algo maior. Consegue enxergar a si mesmo numa espécie de reflexo. 'Ah, então esta sou eu porque é esta pessoa que quero me tornar'. No fim é isso, você é o que quer ser. E tudo fica claro! Você inspira liberdade e expira a si mesmo. E você só começa a inspirar outros quando tem certeza de quem é.
A inspiração muda com você. O que te inspira hoje pode não fazê-lo amanhã.

T-o-d-o mundo é maluco. Maluco mesmo. Não existe such a thing as Normalidade.
Existe Sociedade;

Olho pro outro e me vejo e me ouço.
Quer uma verdade? 'Ama teu próximo como a ti mesmo'
Vá além nesta frase. Além!

Tenho muito medo de muita coisa.
Mas desde que deixei de acreditar em coincidências, naquele fatídico primeiro momento do ano passado passei a sentir uma espécie de segurança que não sai mais de mim.
Estou segura da efemeridade.
Estou disposta a passar por tudo.

Um abraço apertado em mim!
(e por isso mesmo, sintam-se todos abraçados)

domingo, 30 de maio de 2010

Let it be (fucked)

De repente, ela vem.
Como um espírito que baixa em você.
Você tem que aproveitar enquanto está possuída e agir.
Pegue a espada, o escudo e ande até a Arena.
Deixe que soltem os leões, os touros e as verdades.

Viva e deixe morrer.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Satyricon - parte 1

Parada no alto do Olimpo, observava a multidão. Certeza que toca tunti-tunti no Inferno. Morrer não parecia má idéia. A imortalidade pode ser fatal as vezes.

Pessoas fazendo dancinhas pseudo-cool com um copo cheio de cervejaànovereais na mão.
O mundo tá acabando mesmo, nem é balela.

Um bando de rostinho bonito e sem pêlo. Pedi pra sair.

Cheguei a cuspir hipocrisia no copo plástico de prosecco do neurologista fortão.
'A hipocrisia é amarga', ele me disse.
A gente resolve misturando com red bull.

Enxergar o outro é se conhecer e não se reconhecer.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Pareço Moderno

Gosto de cinema, ponto
vivo cheio de manias
tenho uma certa ...
pré-dislexia

Às vezes eu surto mesmo
mudo de assunto
sumo e não assumo
a minha lucidez

Pareço moderno
a te procurar

Caio na balada, admito
Alimento meu espírito
com litros de café e saio pra dançar

Sempre quando acordo cedo
crio uma canção maluca
ligada ao sonho e ao Ménage a Trois
Pareço moderno
a te procurar

Toda vez que eu a encontro
perco o chão, fico sem jeito
quero trucida-la
a esmo
e não partirei enquanto não conseguir meu feito

Sei que pego mal contigo
minha nóia eu não escondo
Sérgio Sampaio vai chegar pra lhe dizer

que eu, que eu, que eu

Pareço moderno,
pareço Roberto
a te procurar

(Cérebro Eletrônico)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Exercício

"O objetivo de Don Juan desde o princípio foi fazer o aprendiz parar o mundo. O mundo é o que é porque desde o início das nossas vidas somos obrigados a empregar um sistema de interpretações pela influência dos mais velhos em nós. Com um inventário de memórias e de ítens, e com um diálogo interno progressivamente mais complexo, nossa percepção se torna fixa e enxergamos o mundo da mesma forma todos os dias. Assim, parar o mundo é parar o modo como o Ego conduz subjetivamente nossa consciência. Don Juan bombardeou sucessivamente o Ego de Castaneda, realçando sua pequenez diante da eternidade e da vida. É preciso perder a importância própria para apreciar realmente o mundo ao redor. A vaidade faz com que nos ocupemos com nossos problemas como se fôssemos a coisa mais importante do mundo, e nós tratamos a realidade com uma mesquinharia tremenda. Assim, um bom exercício para se perder a importância própria é conversar em voz alta com as plantas.

Aprender é descobrir o que já sabemos. Agir é mostrar que sabemos. Ensinar é permitir que os outros saibam que sabem tão bem quanto nós."

terça-feira, 25 de maio de 2010

Rascunhos desabafados

"Se a gente tá nessa vida pra deixar nossa marca....
Porque eu tenho tanto medo disso?
Porque tanto medo?
Energia é a base de tudo. E eu nunca coloco minha energia no mundo.
Energia é amor. Acabei de entender.
Se fazer de vítima é simplesmente idiotice. Não há perdedores nesse jogo.
Todos são responsáveis, todos estão aqui.
Parece que tudo se esconde dentro de mim. Inclusive eu mesma."

sábado, 22 de maio de 2010

Porque?

Não dá pra entender. Nunca vou conseguir compreender. Mas preciso muuuuito aceitar. A-cei-tar que as pessoas são diferentes (esquisitas).
Não quero alimentar sentimento ruim. Acho que esses 'incômodos' são necessários... eles nos empurram pra frente.
Excentricidades acontecem, merdas acontecem e... QUE RAIVA.
Ó-kei, namora a menina dentuça, fotografa a menina cafona, sai desfilando com uma menina linda, toca bateria com sua orgasmic face, seja estranho. Não importaaaa!
Está parecendo que eu me importo, nééa? Pois é. Estranho, muito estranho. Uma simples questão de EGO. Pura, simples e deliciosamente: EGO.
Estou vendo que toda esta minha demonstração de 'raiva', 'possessividade' e 'to give a shit about it' é absurdamente inútil e desnecessária. Mesmo assim não me contenho. Meu EGO foi atingido por uma espada e está sangrando!
Ah, caralho, o pior é que nem tem espaço para a inveja! Não tem COMO eu invejá-la. MESMO.
É só... porque?
Você pode ter quem você quiser. PORQUE ELA?

Só isso, uma pequena dúvida.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

You gotta be kind to yourself

Acho que já cheguei a dizer aqui que a hipocrisia nasce da mentira que contamos à nós mesmos.
E, é sério, pra que mentir? Nós arranjamos milhões de desculpas esfarrapadas. Esfarrapadas meeesmo. Porque não há desculpa para a mentira. É libertador quando você descobre a raiz quadrada da sua hipocrisia. Porque aí você pode calcular, se desculpar e se livrar das ilusões baratas que você compra.

'the world is like a science and I'm like a secret'
desvende-se

domingo, 16 de maio de 2010

If you go away

But if you stay
I'll make you a day
Like no day has been
Or will be again
We'll sail on the sun
We'll ride on the rain
And talk to the trees
And worship the wind

But if you go
I'll understand
Leave me just enough love
To fill up my hand

If you go away... if you go away

Essa é a versão em inglês da música 'Ne Me Quitte Pas'.

Tão dramático.

Estou dramática e com vontade de gritar até meu coração sair pela garganta.
Preciso ser espetada com uma agulha até explodir feito um balão.

e-x-p-l-o-d-i-r

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Começa-se

Dê-me um martelo. Preciso de um martelo, uma pá. Já!
Preciso cavar fundo, muito fundo. Preciso me jogar no buraco.
Preciso Precisar. Desejo desejar. Eu quero querer.
Quero achar a certeza. Preciso me achar certa. Acertar com precisão.
Preciso de ajuda. E quem pede ajuda não é fraco. Não pode ser.
Quem pede ajuda precisa ser corajoso pracaralho.
Não sou nada sozinha. Sozinha eu posso ser quem eu quiser pensar que sou.
Quem pensa que é, só pensa que é.
Não é.

Direita ou esquerda? Esquerda. Quadrado ou redondo? Redondo. Alto ou baixo? Alto. Claro ou escuro? Escuro. Grande ou pequeno? Grande. Vermelho ou Amarelo? Vermelho.
Pronto. Pergunta de novo.
Esquerda ou direita? Direita. Quadrado ou redondo? Redondo. Alto ou baixo? Baixo. Claro ou escuro? Clara. Grande ou pequeno? Grande. Vermelho ou Amarelo? Laranja.

Está certa disso? Estou.
Porque? Porque só se começa pela certeza.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sobre o saudosismo.

Ele fala comigo do nada, depois de meses sem dar sinal de vida e sempre me deixa falando sozinha.

Minha última frase:
Saudade de você

Sem resposta

Ele faz parte de um seleto grupo de pessoas que despertam em mim um amor incondicional.
Ele não faz idéia disso. Não importa o que ele diga, o que ele faça. Ele escreve "E aí?" no eme esse ene e eu saio da cadeira arfando. Não entendo. Mas não é pra entender mesmo.
Espero fazer com que ele saiba disso um dia.
Também espero que ele fique sempre longe! Não suportaria viver na mesma cidade que ele.
Com ele longe, a imagem que me inspira poderia ficar no meu coração atééé, bem, até que ele pare de bater.

Mas perto? Tenho certeza que meu coração explodiria.

sábado, 8 de maio de 2010

Juntos

"Você quer que tudo seja como as histórias que você lê, mas nunca escreve.
Você tem que aprender a viver, e viver e aprender.
Você tem que aprender a dar e a esperar sua vez.
Estou preocupado."

Assinado: Jack White/Brendan Benson

quinta-feira, 6 de maio de 2010

"Nada de saudosismo,

Saudosismo é uma espécie de masturbação sem verdadeiro prazer, uma inutilidade atravancadora, que no máximo pode ser empregada para brincadeiras, mas geralmente é perda de tempo mesmo.”

Tudo bem, eu concordo. Não existem bons tempos, só tempos.
E existem as memórias destes tempos.
Na verdade essa história de tempo é muito relativa, como todos já sabem.
Estou na empolgação de escrever sobre um tempo que, dentro de uma verdade sistemática, durou alguns dias. Agora, se você me perguntar eu responderei que vivi uma ERA.

A intensidade absurda e a quantidade surreal de simbolismos fizeram com que aqueles momentos se tornassem referência. A minha referência da Verdade.

Eu lá, imatura, esforçada e superficial.
E ele lá, sendo ele.


- Você precisa transar e fumar maconha.

- Com você.


Eu sou capaz de criar um GRANDE filme sobre estes dias.
Com estes dois GRANDES personagens.

Adiantarei a cena final, que não poderia ser menos grandiosa.

Cine Lapa - Festa de Rock - Noite

Nunca. Repito. Nunca fiquei tão bêbada como este dia.
As pessoas não passavam de borrões encarnados e eu conversava com elas numa alegria exagerada tentando preencher o vazio imenso que estava sentindo porque ele não estava lá.
De fato algumas semanas depois um cara veio falar comigo como se já me conhecesse há anos e eu não lembrava dele de jeito nenhum. Depois fomos descobrir que eu tinha puxado assunto com ele nesse dia do Cine Lapa. Trágico.
Eu sei que ligava de dez em dez minutos e nem lembro o que ele respondia.
Até que alguma hora da madrugada, estava eu do lado de fora exercitando meu lado 'poetisa' (como ele mesmo diz) e bastante introvertida quando olhei pro lado.Ele estava lá. Nos abraçamos. Muito forte. E só.
Fugi. Saí dali. Achei que ia explodir.
Ao longo da noite a gente se esbarrou mais umas duas vezes. E nos abraçamos. Só.
Eu só conseguia abraçá-lo e ir embora.
E ele de fato foi embora. Da festa. Do Rio. Depois do Brasil.
E eu fiquei. Fiquei. E ainda estou.


Antes disso, no início desta história, digamos que antes da primeira virada do roteiro, ele tocou Simon & Garfunkel no violão.
Aí ele foi embora. Não de vez, ainda.
E eu fiquei ouvindo "Dangling Conversation". Essa música entranhou em mim de uma forma inexplicável. Até hoje ouço e lembro da sensação inigualável de esperança, conforto, aceitação e afeto.

Éramos nós... e sou eu agora.

And how the room is softly faded
And I only kiss your shadow,
I cannot feel your hand,
You're a stranger now unto me


Lost in the dangling conversation.
And the superficial sighs,
In the borders of our lives.


(Perdidos na conversa pendente e nos suspiros superficiais, in the borders of our lives.)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dissolver o caramba!

O que é isso?? Eu estava hibernando por acaso??
Me sinto viva quando sinto raiva.
Romantismo grau zero mesmo ouvindo Frank Sinatra. That's me now.
Costumo derreter por qualquer bobagem e a Raiva consegue fazer com que eu vire gelo novamente.

Ontem foi brabo.
Chorei ouvindo 'In the wee small hours of the morning', cantado pelo Frank, antes de ficar surda novamente.
Essa música me lembra o Jack Kerouac. Em 'Vagabundos Iluminados', ele descreve:

'Estava passando o tempo no jardim enquanto escurecia, cantando "Wee Small Hours", quando cheguei à frase "when the whole wild world is fast asleep" meus olhos encheram de lágrimas. "Okay world", eu disse, "I'll love ya".'

E essa música é bizarra. A voz do cara é bizarra. Você consegue perseguir a melodia enquanto ela se infiltra em você. Quando você percebe, uma lágrima sai do seu olho. É a melodia making its way out.

Mas voltemos à Raiva porque eu estava prestes a derreter novamente.
[Droga, era pra ouvir qualquer coisa menos Frank Sinatra hoje]
A vontade de magoar alguém é proporcional ao tamanho da sua própria mágoa?


Todo dia eu prometo que irei me abrir completamente ao que vier, sem medo de me machucar. Mas o medo me persegue. Ele não desgruda.
Só que agora eu estou com uma vontade imensa de pisar em cima dele até fazer CREQUE. Como se o Medo fosse uma barata monstruosa.
Estou com Raiva do Medo.

Ah, quer saber? Eu estou ouvindo 'Strangers in the Night'.
Vai dar tudo certo no final.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Friday Monster

Me olho no espelho. Sexta-feira à noite.
Ouço uma música meio psicodélica duma tal Banda de 7 Léguas.
Coloquei uma maquiagem preta nos olhos e ficou bonito. Muito bonito.
Olho de novo no espelho. Estou quase desnuda e sozinha no quarto.
Sento na cama enquanto admiro melancolicamente a maquiagem... AAAAAAAAI.
Levanto de um pulo!
Puta que pariu. Uma formiga gigante picou a minha bunda!
De onde saiu esse monstro e o que ele tá fazendo na cama??
Deixei a bicha tontinha e ela despejou todo seu ferrão na minha nádega esquerda.
Eu queria ficar em casa. Agora não posso mais. É um sinal.
Vou tomar uma cerveja.

Psicodélicamente constato:

As vezes você precisa ser picada por uma formiga para sentir...
para se sentir...
Viva, sei lá.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Sabe,

as vezes me sinto como um sósia de mim mesma.
Uma contradição ambulante.

Woody Allen me fez sentir melhor depois de ter dito que a "coerência é o fantasma das mentes pequenas".

Não passa um segundo sem que eu queira me dissolver em moléculas.
Como aquele diálogo de 'Antes do Amanhecer'.

Jesse diz: i feel like if someone were to touch me, i'd dissolve into molecules.
Celine: so, i want to try something.
Jesse: what?
Celine: [hugs] i want to see if you stay together or if you dissolve into molecules.
Jesse: how am i doing?
Celine: still here.
Jesse: good, i like being here.

Meu cérebro consegue me manter longe de tudo isso. A vontade que eu tenho é de laçá-lo e amordaçá-lo. Filho da mãe. Como eu gostaria de não pensar. Quer dizer, não pensar demais. É como se eu não vivesse. Só pensasse que vivo.

Então eu vou andando fingindo estar firme e forte (as vezes até que estou mesmo) quando na verdade só queria ser parada e abraçada espontâneamente por alguém que eu gosto.

Neste momento sinto que se alguém me tocasse, eu dissolveria.

Still here

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Só.

Aquela agitação pré-saída. Pega aquilo, bota a roupa, passa perfume. Três pessoas indo de um lado pro outro, se esbarrando pelos corredores. Enquanto eu sorrio levemente e observo a chuva cair. Uma agitação também toma conta de mim. E um pensamento: 'Porque eles não vão logo?'.
Tchau, bejo, té mais, qualquer coisa liga.
A porta bate!

E ali estou eu parada. Em pé. No meio de uma casa vazia.

Ahhhhh a sensação indescritível!
Me apresso em colocar uma música. ALTA.
Venus In Furs. Heroin. Velvet Underground, you know.
Enquanto Lou Reed canta 'Shiny, shiny, shiny boots of leather...'
Eu faço um sanduíche, passo perfume, fico de calcinha, danço, leio, folheio os livros da prateleira.
Tudo isso enquanto Mr.Reed me hipnotiza.

Aí Zooey Deschanel começa a cantar 'Me and You'...
Depois uma tal de Meaghan Smith vem com uma versão fofa de 'Here comes your man'
E eu sempre derreto!

Quando Bob Dylan vem pintar a minha alma...
ele suspira: Lay lady lay
E eu me reviro na cama. Ainda mais nesse friozinho.

Ahh a sensação...

Tom Waits vem me preencher com aquela voz e chama Simon&Garfunkel pra me lembrarem do porque.

Só de pensar, só de escrever imaginando, sinto meu coração esquentar.
hmmmm

Tão livre como o pássaro desenhado nas costas.
Tão... livre.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Gettin' weary

Dificilmente fico entediada.
Só lembro de uma vez há mais ou menos dois anos atrás, eram duas da manhã, minha irmã estava com o namorado na sala... e eu tava no computador conversando com pessoas desconhecidas no MSN! Pessoas da comunidade do orkut "Barbudetes". É SÉRIO. Atingi o fundo do poço. Coloquei uma roupa e fui no posto de gasolina comprar Coca-cola. É SÉRIO. Eu estava na pior. Foi a primeira vez que senti o gosto amargo do TÉDIO.
Jurei nunca mais sentir aquilo novamente!

Esses últimos dois dias tem representado um grande teste, colocando meu poder bloqueador à prova.
Só saí de casa para comprar o bendito refrigerante no mesmo posto de gasolina! E fiquei conversando com pessoas conhecidas no MSN. OPA! O alarme soou.

Pior do que sentir tédio é reclamar de tédio.
Mas hoje eu quase implorei pra ir à faculdade ter aula! Drá-ma-ti-co.

Quer falar de drama?? Vamos falar de drama!!
É dramático não conseguir se inspirar e não conseguir colocar nada pra fora.
É dramático e claustrofóbico!

É DRAMÁTICO FICAR SE REPETINDO. Falando sempre as mesmas ladainhas.
Mas quando você grita no ouvido de Deus que "tudo sempre é a mesma merda", quem fica surda é você. Então, muito cuidado!

E nãão, eu nem vou colocar a culpa na TPM dessa vez. Ou talvez sim, no Tesão Para Mudar.

Porque a vida não me suga por completo? Ah, calma aí, deixa eu tirar essas podridões do ralo da minha mente pra ver se dessa vez vai...

(Você É mais quando não tenta ser at all)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Sérgio Sampaio, volta!

Não me implore
não quero ver você voltar assim
estou cansado de ficar sofrendo
com medo
de sentir novamente o que eu senti
quero sumir e virar pedra
eternamente uma pedra

Que a minha alma exploda
você não ouse vir pedir perdão
preciso colocar em ordem
o meu discurso contra a vida

Eu vou preparar a mesa vazia
vou estender seu corpo
como uma iguaria
vou me servir horrores
vou te tomar, te beber com gosto

Você não vai sentir
mais nada
será o fim do desencontro
Alguém some por aí
quis se divertir comigo
eu vou procurar o meu caminho
vou te levar comigo
quer queira, quer não

Que já chegou a hora
da gente ir embora
vá lá mi deus agora

Vou precisar de muita calma
Sérgio Sampaio, volta
me traga aquela corda
aqui é tão alto e eu olho
e vejo as pessoas
elas não, não se importam
se eu sofro ou se eu choro
elas estão correndo à toa
e se trombam e se matam

Eu vejo daqui
um lugar bonito
bem lá embaixo um precipício
é ali que eu vou bater

Ouçam! myspace/cerebroeletronico

segunda-feira, 8 de março de 2010

Love hurts

E quando a inspiração mora com você, mas você é egocêntrica demais pra se dar conta?
PQP, tô com torcicolo de tanto olhar pro meu umbigo.

Fernando assim escreveu - ”A única tragédia é não nos podermos conceber trágicos. Vi sempre nitidamente a minha coexistência com o mundo. Nunca senti nitidamente a minha falta de coexistir com ele, por isso nunca fui um normal.” - (F.Pessoa)

Aí eu pensei, ei, eu (quase) nunca vi nitidamente a minha coexistência com o mundo. Quer dizer então... que eu sou... normal. Que tragédia.

Meu pai assim escreveu - "Gatinha manhosa de bigodes sensíveis e passos leves e largos, gotas apimentadas de provocação em um recheio etéreo de pensamentos amorosos."

Mas pai é pai, ele nunca vai dizer que não há amor na minha alma.

Eu quero ser absolutamente descascada!


Quero ser uma cebola.
Quero fazer as pessoas chorarem enquanto me descascam.

She and Him

Why don't you sit right down and stay awhile?
We like the same things and I like your style
Its not a secret, why do you keep it?
I'm just sitting on the shelf

I think you're just so pleasant
I would like you for my own


Why don't you sit right down and make me smile?
You make me feel like I am just a child

I'm just sitting on the shelf


Descobri a banda da Zooey Deschanel e dá-lhe vício novo!
Essa música é tão tchu tchu. (escuta aí)

Eu já falei que se my life's a movie, só vale mesmo pela trilha sonora.

Alterna-se tédio com psicodelia. Adoro. Detesto. Detesto. Adoro.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ei!

Deixa eu perguntar...
Vocês acreditam que as pessoas mudam?
Antes, quando eu e a minha pessoa nos desentendíamos absurdamente, no meio de uma discussão eu berrava: PELAMORDEDEUS, as pessoas TEM que mudar!!!
Eu apontava o dedo pra mim mesma e dizia: Você vai ver quando não se reconhecer mais no espelho! Eu vou conseguir!
Teve uma época em que eu simplesmente não conseguia conviver comigo mesma.
Ficava sem falar. Ficava de mal. Era brabo.

Aí, eu cheguei num consenso.
'Nós não temos escolha, a gente precisa pelo menos se aceitar.'

Hoje em dia a convivência anda muito mais pacífica.
Quem são essas pessoas?

Uma tem muito medo. E consequentemente impõe limites que funcionam como barras da cela de uma prisão. Não quer sair do seu mundinho porque tem pânico do que pode haver lá fora. Seja bom ou ruim.
A outra sabe o que está perdendo. Tem a mente aberta. Sabe da existência da paixão, do amor, da dor. Sabe que é preciso se jogar de cabeça e se responsabilizar pelos seus atos.

As pessoas não mudam.
Elas só podem se tornar a melhor ou a pior versão delas mesmas.

Eu resolvi que me tornaria a melhor versão de mim.
É tão possível! E quanto mais você se sente à vontade com você, mais o mundo conspira a seu favor.
Pessoas entram na sua vida. E você sente que elas valem a pena somente quando VOCÊ se sente bem com VOCÊ perto delas. Capice?
Somos todos degraus uns dos outros!

Vamos escolher subí-los.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Vamos ser honestos?

Não sentimos mais nada um pelo outro.
Quer dizer, nós sequer sentimos alguma coisa?
Eu acho que você chegou a me inspirar em certos momentos, talvez eu tenha inspirado você em algumas ocasiões. Talvez.
Antes d'eu partir já estava diferente.
Foi só a gente deixar a poeira baixar, pra que pudéssemos ver claramente o que estava acontecendo. E nós conseguimos! Era óbvio desde o início que não íamos chegar à lugar algum;
Só que a gente tava tão absorto no tesão, no romance pseudo proibido, na noite, nas bebidas, nos filmes, nas músicas!
Ilusões de uma significância.

E eu sei que a maior dificuldade do ser humano é lidar com a impermanência.
Ontem meu coração batia mais rápido, hoje não.
E é isso! E sempre vai ser assim. Até o dia em que eu e a eternidade morrermos.

Mas mesmo assim, hoje eu acordei romântica.
Eu queria que você batesse na minha porta, me agarrasse, me beijasse, me amassasse, dissesse que não resiste a mim, que pensa em mim a toda hora.
"Eu te quero agora!!!"

Uma parte de mim ia fingir com prazer que ainda existe algum rastro de um sentimento qualquer.

Hoje eu quero me iludir com significados.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

E agora?

Nove dias de silêncio.
Só eu e minha mente, absolutamente prontas para guerrear.
"Que vença a melhor!"

Eu quero escrever sobre as batalhas, sobre os momentos de glória, os momentos infernais and all that jazz. Mas agora não.

Agora eu quero falar sobre a minha volta.
Passei 11 dias fora de casa, sem notícias do mundo, reclusa num big brother mental.
Aí eu cheguei, domingo de carnaval.

Olhei orkut, facebook, twitter.
Nada de novo. Mesma merda.
Exceto por um vídeo postado nesta ferramente diabólica que é o twitter.
Um vídeo postado por ele...

Cliquei. Inspiração.

É instantâneo. Penso nele e me inspiro na hora.
Absorvi imensamente essa inspiração.
Eu me encontrava muito 'purificada', muito 'limpa' e fui atingida em cheio por um frescor no coração.

Ele me inspira a ser da altura de nossa grandeza. Observando-o, eu acredito.
Miojo de fé. Em três segundos. Olhou tá pronto.

Cada um com sua imagem, cada um com sua projeção.
Essa funciona pra mim.

Hoje eu tava ouvindo uma das músicas dele enquanto fazia as unhas, e me deparei com um trecho: 'But I think you were too weak for destiny'

Eu ri. Seria eu fraca demais para o meu destino?
Minha cabeça balançou afirmativamente sem eu perceber.

E agora? Agora é daqui pra frente.
Agora a fé tá injetada, vamos ver até quando ela vai durar dessa vez.

Só pra esclarecer... eu falo dele, ele isso, ele aquilo.
Mas eu me vejo refletida toda vez que isso acontece.
Se eu falo dele, eu falo de mim.
Vai entender os mistérios da vida?

Whatever it takes for love and inspiration.

whatever it takes.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eu quero a verdade.

Me encontro absolutamente perdida num labirinto mental.
Penso nele, dói o coração, dói a cabeça.
E a mesma pergunta tem me martelado: "PRA QUE?"
É ele? Sou eu? Eu quero ele? Ele me quer?
O que eu tô sentindo? Deus, O QUE EU ESTOU SENTINDO?
Dê-me uma luz, mostre um sinal! Diga-me o que fazer!

Ainda acho que tudo isso não é real.
Que eu não deveria estar assim.
EU NÃO PODERIA ESTAR ASSIM.

Um dia absolutamente despretensioso...
Domingo! Desde quando 'Domingo's tem mudado a vida das pessoas?
Domingo é um dia filho da puta.

CANSEI absurdamente desta situação.
Não sei nem QUAL É A SITUAÇÃO. Mas eu cansei.

Eu entendi que sempre esperei a vida me sacudir.
Parada. Sem mexer um dedo. [assim eu me abstinha de ter responsabilidade sobre qualquer coisa]
As coisas aconteciam e eu sempre ia na onda... surfando.

AGORA, só AGORA, eu saquei que EU PRECISO sacudir a vida de volta.
Não só preciso, como DEVO.

HEEEEELLO estou aqui!!! Fazendo alguma diferença na sua vida.
Principalmente fazendo diferença na MINHA vida.

Eu vim pra salvar a minha alma

AAAAAAAAAAAAAAAA

Músicas que falam por mim - parte 5

its getting different
from all we knew and felt
theres a wild distance
and our boats are rowin to hell
and my mind is detailed
with movements of your crimson heart

is it for her, he asked me
now i'm trying to hold on again

back in town i see its all the same
i wonder where its gonna end
then i come without asking
and the strength that i had aint the same
and its all fading
and its all fading away..

she said, hold on
she said

hold on
hold on again

but the night has come again
to sweep off all the rest of us
soon, in the morning
we'll be nothing
in the morning
there will be nothing
in the morning..

i woke up with no look in my eyes.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nem sei se é você que eu quero.

As pessoas buscam umas às outras afim de encontrarem a si mesmas.
Saímos por aí esbarrando em alguéns, esperando encontrar verdades, esfregando pele com pele, dançando a música das línguas, mão na mão, mão no rosto, peito no peito, olho no olho.
Sempre estamos procurando por nós mesmos no abraço do outro.
Por apenas um instante tudo fica bem. Estamos protegidos.
Por apenas um instante, sabemos quem somos, de onde viemos, porque estamos aqui.
O mistério dissipa-se por que agora fazemos parte dele.
Somos mistério.

Eu nem sei se é você que eu quero.
Mas me abraça.
Me ajude a fazer parte do mundo por alguns segundos.

Em seguida, olhe pra mim.
Meus olhos vão tentar te dizer verdades.
Tente ouví-los.






Aí eu vou seguir por um caminho e você por outro.
Prontos para esbarrarmos em outras pessoas.

Caminha-se sabendo/sentindo a razão de cada passo.

I'm gonna watch bluebirds fly over my shoulder

"Sabe quando o mundo inteiro grita dentro de você e, mesmo com uma farta superfície corporal sobrando nos culotes e na barriga, você não dá conta de contê-lo do lado de dentro. Aí aquele mundo todo começa a transpirar pelos seus poros e te deixa até certo ponto perfumada, o que faz com que as cabeças se virem por onde passes e olhares te interroguem coisas que você provavelmente não saberia responder. De repente acontece. Tudo explode e só o que consegue fazer é ficar sorrindo doidamente. Um tanto escancaradamente. Do lado de fora da convulsão festiva que toma conta dos seus sentidos, o mundo parece parar para observar essa manifestação indecente de felicidade. E por meio segundo o universo queda seu curso para contemplar aquela partícula que é você, reles poeira, prestes a se expandir em um novo universo."

Texto de http://nandiland.blogspot.com


Faz tempo que espero me sentir assim de novo.

Poesia não tem conseguido encontrar a saída deste labirinto mental.
Tudo o que tenho feito enquanto percorro os corredores é parar no meio do caminho, sentar numa pedra e chorar minhas angústias infantis. Chorar feito criança. Tão desprotegida, tão desnorteada e tão dependente. Criança parasita. Criança que suga energia alheia para se poupar. Criança egoísta. Criança lunática. Como a lua, não tem luz própria. Pega emprestado.

Criança, você tem todo o tempo do mundo para crescer.
Mas o mundo não tem tempo pra você.

Vai embora! Eu estou te expulsando daqui porque te amo.
Saia e volte cheia de histórias sobre a instabilidade do planeta, a fragilidade das pessoas, a crueldade da vida, a beleza do amor.
Acima de tudo, me fale sobre o amor.
Diga-me que vale a pena e eu acreditarei em você.
E continuarei seguindo em frente, pisando no chão firme. Firme. Continuarei firme.
Na volta, me dê um abraço.

Sempre vale a pena viver por um abraço.

These days

I've been out walking
I don't do too much talking
These days, these days.
These days I seem to think a lot
About the things that I forgot to do
And all the times I had the chance to.


I've stopped my rambling,
I don't do too much gambling
These days, these days.
These days I seem to think about
How all the changes came about my ways
And I wonder if I'll see another highway.


I had a lover,
I don't think I'll risk another
These days, these days.
And if I seem to be afraid
To live the life that I have made in song
It's just that I've been losing so long.

La la la la la, la la.

I've stopped my dreaming,
I won't do too much scheming
These days, these days.

These days I sit on corner stones
And count the time in quarter tones to ten.
Please don't confront me with my failures,
I had not forgotten them.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dr. Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Janeiro

A gente falou de Dylan, Kerouac e Beatles por alto, impressionados com tanta coisa em comum. Afinal não é todo dia que encontramos pessoas assim no meio da praia, ainda mais no meio do caos do reveillon de copa.
Ele me falou o nome dele, eu disse o meu.
Em um certo momento ele declarou: "Antes eu comeria você e sua irmã. Agora eu quero só você".
Você pode achar isso escroto, mas àquela altura eu já tava sacando a sinceridade completa das palavras dele. Foi isso que me intrigou. Eu não vi máscaras. Enquanto eu estava cheia delas só esperando alguém arrancá-las de mim.
A gente ficou deitado na areia curtindo o momento. Mas o meu momento era de extrema inquietação. Eu precisava de um sinal!
E recebi um.
Descobri mais tarde.

Dois mil e dez começou como um programa de TV, não como um filme.
Minha fé abalou-se um pouco, confesso. Mas nada, absolutamente nada que algumas viagens não dêem jeito.

'a baby step of faith'

domingo, 17 de janeiro de 2010

Grapefruit Moon.

Eu estou me sentindo incrivelmente triste agora, e está tudo bem.
A dor não me angustia mais. Ela está aqui e faz parte de mim.
Eu não sou muito boa com as palavras.
Na verdade, eu acho que as palavras gostam bastante de mim, eu é que não devolvo o amor que elas me dão.

E se tudo isso é um filme, minha trilha sonora é a melhor de todas.
E minhas personagens são melancólicas e cheias de potencial.
E os diálogos são interessantes, mas um tanto superficiais.
Esse filme é cheio de clichês, e eu nunca vou me conformar.

Eu olho pra cima e consigo enxergar o topo enquanto tropeço sem parar nas ruas da realidade.
A sensibilidade é sensacional. Mas de nada ela adianta, sem a praticidade. Sensibilidade sem movimento é autismo. É loucura. É prisão.

A verdade não existirá pra você, se você não quiser existir para ela.
E a verdade é que não importa continuar respirando só pra você mesmo.
Eu recebo meu oxigênio e desperdiço a chance que ele me dá a cada inspiração.

E só falar 'eu não quero mais desperdício', não será o suficiente.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Esboços de música

Eu consigo estar mais solitária que a lua
E mais bêbada que um piano

...

Tenta me acertar uma vez e eu tentarei não errar jamais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dream about your love.

Eu sou apaixonada pelo que eu poderia ser.
Essa semente que vive dentro de mim é o que eu tenho de mais valioso.
Me apego nela, tenho fé nela.
Mas ela é só uma semente... Eu deveria regar um pouco pelo menos.
Por isso acho que 'não há amor na minha alma'.
Amor é prática. Assim como a realidade é feita de ações e reações.
Taí o problema! Eu não pratico.
"the love you take is equal to the love you make"
Essa é a frase das frases! É a VERDADE ABSOLUTA.
O amor... você faz!

'O que importa é o que te faz abrir os olhos de manhã, já é de manhã, já é de manhã'

Já é de manhã e eu ainda estou dormindo.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Sometimes

I ache, babe.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Deja Vu

Tá rolando um deja vu.
Eu atingi o limite das minhas limitações e já escrevi isso aqui.
Só que é sério.
Sabe quando você tá consciente o suficiente, aliás, tão consciente quanto você deveria estar a todo momento, para perceber que você é um ser absolutamente limitado.
Como sair dessa prisão?
Agindo diferente? Como? Como começar?
Como começar a revolução? Sem revoltas. Muito pelo contrário.
Tô super a favor da paz e principalmente do amor.
Eu tô bêbada, confesso. Mas isso é o de menos.
Por mais incrível que possa parecer pra você, atinjo meus estados mais lúcidos sob o mágico efeito do álcool. Uma delícia. Muito mais livre, muito mais paulista.
Eu tô tentando escrever uma música. Mas eu mesma não tô gostando do que tá saindo. Tá parecendo EMO. Nada contra! Só não curto muito. Estou altamente influenciada por Velvet Underground, Vanguart e Tom Waits. Alguma coisa boa tem que sair daí, senão vou aceitar que não tenho talento. Mentira. Nunca vou aceitar esse fato.
Saca, eu só preciso me sentir livre.
E é complicado para a minha pessoa;
Os libertos desta encarnação passaram por muito do que eu estou passando nessa.
Mas eu não tenho tempo a perder, entende?? Nem um segundo!

Nem um milésimo.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Dor de cotovelo não é sensual.

"Amanhã talvez chorar
mas vou armar uma mutreta
vou dar a volta no planeta
porque dor de cotovelo não é sensual
eu sou sensual, talentoso, uh uh
talentoso, uh uh"


Então! A dor no peito continua.
e como vai você?