sábado, 24 de março de 2012

Vejamos

Ponto de vista numero um -

Mulher está só de calcinha preparando um bolo de chocolate. Coloca a massa no forno e com o dedo lambe as sobras de chocolate derretido no recipiente de vidro. Cai uma gota de chocolate em sua barriga. Está chovendo e tudo está acontecendo ao som de Harry Nilsson. Ela para por um segundo e pensa em sua situação. Queria que seu namorado estivesse lá para lamber a gota de chocolate caída.

Ponto de vista numero dois -

Mulher está só de calcinha preparando um bolo de chocolate. Coloca a massa no forno e olha para as sobras do chocolate que acabara de misturar. Pega o recipiente de vidro e lambe ele inteiro quase enfiando a cabeça dentro. Cai uma gota de chocolate em sua barriga, em sua mão, em seu pé... ela está toda lambuzada. Está chovendo e tudo está acontecendo ao som de Harry Nilsson. Ela para por um segundo.Está pensando em se associar ao Greenpeace tamanha sua identificação com a situação das baleias e quer se casar com o bolo de chocolate que acabou de colocar no forno.


meu ponto de vista atual:  di-vi-nha


AI GRAÇAS A DEUS!!!! Meu Browne tá pronto!!!!!!!!

tam ta taraaaam tam ta taraaaaam


domingo, 18 de março de 2012

Aprendendo a engolir

Conversamos no telefone depois de passar uns dois dias brigados. Ele está no bar com os amigos. Tem um som rolando ao fundo.  Ele está com o ego ferido e eu sei disso. Me diz que vai passar o próximo mês  viajando por aí. Eu respiro, sorrio e digo: Que delícia! Ele me diz que vai sair do bar daqui a uma hora. Eu sei que não e digo: Claro, tudo bem. A cada palavra que sai de sua boca meu coração diminui drasticamente de tamanho. A única coisa que eu posso fazer no momento é respirar e esperar. Engolir a dor e não despejar tudo em cima dele como normalmente faço. É claro que não estou satisfeita, mas sei que não gostaria de encontrá-lo hoje. Com certeza ele me daria ainda mais raiva. Resolvi poupá-lo. Ele me diz: 'Você não sabe de nada'. Eu sei de tudo e por isso mesmo digo: 'Claro que não amor, me explica!'. Tô fazendo carinho no coração dele. Porque só assim ele poderá fazer carinho no meu, que está precisando tanto por causa de toda essa dor/amor.

hoje vamos por partes

Parte Um - é aquele negócio: "Please excuse me while I overreact irrationally".

Parte Dois - só consigo olhar pra baixo ou para cima. olhar pra frente tá difícil.

Parte Três - meu inconsciente tem me mandado umas mensagens muito sinistras de que eu ainda não cicatrizei feridas cruéis. Todo santo dia. Ele deve pensar: 'vai que um dia ela acorda disposta, né não?'

Parte Quatro - Nada como a roda de giz que a gente risca em volta de nós mesmos.

Parte Cinco - Tem dias em que eu me olho no espelho e penso: PATZ, vai uma cirurgia plástica aí? e tem dias que eu olho e penso: How YOU doin'? Quer dizer, ter um relacionamento comigo mesma já é um suplício, ainda tenho que me relacionar com as outras pessoas e seus próprios mundos! Num tão pedindo demais não?

Parte Seis - Quero porque quero porque quero escrever um livro. Prefiro do que escrever um roteiro. Dificilmente vai virar um filme legal. Só vai ser legal se o Wes Anderson puder dirigi-lo.

Parte Sete - Ouvir 'Heroin' tem a mesma sensação de consumir 'Heroin'. O que o Velvet Underground não cura?

Parte Oito - Vontade de abrir os braços e me sentir livre sem ter que apelar para psicotrópicos.

Parte Nove - Estou escrevendo este post em doze partes por causa do dia 12 de março.

Parte Dez - Please, don't forget me now that you're unreal again.

Parte Onze - Posso continuar a ser incendiada por mim mesma através de você? Meu livro vai ser sobre você, porque SÓ pode ser sobre você.

Parte Doze - Feliz aniversário pra você e Feliz 3 anos de vida pra mim! <3

quarta-feira, 14 de março de 2012

Hormônio = Demônio

Fico puta quando ele está aqui e puta quando ele não está.
To achando tudo morno de novo. Chato. Boring. Rotina, essa motherfucker.
Nem sexo me faz feliz mais. Quero morrer. Quero dormir pra sempre. Passar de fase.
Saco. Saco. Saco.
Quando fico frustrada apago completamente todo e qualquer sentimento que ronda meu coração.
Não dou bola pra ninguém. Anti-socialidade mode on!
Eu não sirvo pra nada e todo mundo serve pra alguma coisa. Quando meu namorado está aqui em casa dez mil pessoas ligam pra ele. Eu tenho que exigir um dia da semana pra ficar com ele e mesmo assim ele tem coisa pra fazer no dia. Amanhã ainda vou colocar aparelho. Sério, não quero mais viver. Vou esperar  a morte em cima de uma montanha.
Prefiro mil vezes ficar sozinha do que me sentir desse jeito. Uma inútil.
Sabe, pelo menos eu fico sendo inútil sem ninguém do lado pra me lembrar constantemente disso.
Fodam-se todos!





Mesmo.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Ela está chegando!

Estou escrevendo aqui porque alguém precisa ler isso! Eu preciso desabafar:

"Então vai sentir falta dela, vai! FICA AÍ SENTINDO A FALTA DELA enquanto eu estou aqui no sofá comendo chocolate e precisando de amor!"
Mas eu nem quero amor... eu só quero não sentir ciúmes. Eu  não quero falar com ninguém NUNCA MAIS!


Obrigada pela atenção.

quarta-feira, 7 de março de 2012

retrato de um dia triste


Hoje o problema não foi comigo.
O dia inteiro foi de intensa tristeza e solidão.  Tristeza e solidão causadas por outra pessoa. Isso é muito estranho pra mim. Sempre foi. Porque eu sempre me senti uma pessoa independente, digamos assim. Nunca quis assumir que os outros importavam pra mim. É claro que tudo isso não passa de um sistema de defesa. Hoje, bem mais velha, consigo entender isso. Entendo que dói muito viver. E também entendo que não adianta evitar a dor a qualquer custo, pelo contrário.  Sem dor, sem vida.
            O que me entristeceu e me adoeceu o dia inteiro não teve nada a ver comigo. Eu não pensei nos meus problemas, ou que a minha vida está errada, ou que eu não tenho amigos. Não. Eu pensei no que poderia estar dando errado com outra pessoa. Porque a vida dela estar errada influencia diretamente a minha vida. Mas eu senti com tanta humildade e intensidade, que eu entendi. Eu tive que entender. Que sim, nós estamos sozinhos no mundo. Mas existem pessoas que fazem com que a vida neste planeta faça muito mais sentido. A dor, por causa disso, é amenizada. Se o mundo faz sentido pra mim, eu me sinto muito mais centrada, menos perdida, menos agonizada.
    É perturbador perceber a incrível vulnerabilidade proporcionada pelo amor. Como você tem certeza de que a sua vida seria incrivelmente menos inspiradora se aquela pessoa não existisse. Como você pode sofrer de uma maneira intensa por um problema que ‘não é seu’. Como eu posso me pegar aqui, neste instante, rezando pra que dê tudo certo pra outrem. Como amar é respeitar os demônios alheios. Como eu posso esquecer que o amor existe? Os piores momentos são os melhores. As crises, quando ocorrem, tem um propósito.
            Hoje eu posso dizer que o dia foi intenso. Foi triste por eu ter que aceitar que não controlo todas as situações da minha vida. Triste por saber que alguém que eu amo não está bem. 
            Hoje eu posso dizer que amo um homem e quero viver minha vida com ele por perto. Então posso dizer que o dia foi triste, intenso e vulnerável como o lado obscuro do amor. 


Hoje o dia foi de amor.  

domingo, 4 de março de 2012

people out there like you



As palavras saem da minha boca: 'Você está tão distante'.
Recebo as mesmas respostas: 'Não é verdade, não sinto isso'.
Caminho lentamente enquanto reclamo em alto e bom som que a culpa é toda de vocês, sempre!
Vocês estão se distanciando de mim!!!
De repente como resposta divina imediata, meus pés ficam presos no chão. Vôo alto e me vejo parada lá embaixo. Me distanciei de mim e percebi que quem estava longe o tempo inteiro era eu.
Sabe o que é sentir no coração do seu coração todas as pessoas que você ama longe de você?
Isso acontece quando eu não estou perto de mim.


Eu amo vocês, sabe. Mesmo. Mas meu amor costuma ser tão intenso que cresce para coisa alguma.
Meu amor é uma corrente elétrica poderosa e meu coração é fraco demais para ele. Então volta e meia sofro de Blecaute. Sobrecarga de amor. Pane. Medida de segurança. Aí eu fico assim, apagada.
E só me resta esperar a luz voltar. O coração voltar a funcionar.

Porque pensar no rosto de cada um de vocês me ilumina imediatamente. Vocês me iluminam. Mas logo depois tudo se apaga novamente. Está fraco mesmo, esse coração. Precisa descansar um pouco. Vou tentar tocar um violão, ler um livro, acender uma vela enquanto esse breu toma conta da minha alma. E prendo minhas lágrimas novamente com a certeza pulsante que é saber que cada um de vocês estarão me esperando na saída.

Essa música é pra vocês:


porque I thank the Lord for the people I have found.

I thank the Lord there's people out there like you

muito amor.

sexta-feira, 2 de março de 2012

trem pras estrelas

Ultimamente tenho tido crises avulsas de choro, dor no coração e ansiedade. Não sei o motivo. Não sei mesmo. Vai e vem. É muito estranho. Uma tristeza sem explicação. Está me levando a algum lugar, mas ainda não sei onde. "a tristeza é uma maneira da gente se salvar depois", diria o Cazuza.
Hoje observei as pessoas e pensei que realmente é muito fácil cair na armadilha que nós mesmos preparamos. É muito fácil viver na superfície do nosso mundinho. Ir para o trabalho, ir para a faculdade, ganhar dinheiro, ser bonita, ser popular. É muito fácil fingir ser tudo isso, nadar junto com a correnteza. Nós criamos esse mundo superficial porque senão, obviamente não teríamos mundo algum. Aí a gente nasce e é empurrado pra todo esse fingimento e o que fazemos? Fingimos junto. Porque é difícil você parar para perceber que absolutamente nada faz sentido algum. Nada mesmo. Se você afirmar qualquer coisa e eu te perguntar: 'porque' e você responder, aí eu perguntar 'porque' novamente non-stop vai chegar um momento em que você vai ter que responder 'não sei'. E é isso. Eu não sei. Você não sabe. Ninguém sabe.
A gente só sabe que está aqui. E de uma certa maneira é muito triste e confortante pensar na falta de sentido das coisas. Triste porque a gente vai ter que nascer, viver e morrer sem a resposta e enquanto vivemos temos que criar nosso próprio sentido, porque sem sentido ninguém vive.Confortante porque quando você entende que tudo é uma grande 'farsa' deixa de se importar tanto com os falsários e começa a caminhar em direção à Verdade. À sua verdade.
Então é sempre produtivo se ver diante do buraco negro chamado vazio existencial, porque do caos sempre surge algo bom. A consciência se expande, você se esvazia e deixa o amor tomar conta do seu corpo.
e o amor... faz muito sentido.