domingo, 27 de maio de 2012

We belong together

Eu lembro com uma precisão exata o dia mais feliz da minha vida.
Foi em 2000.  Eu tinha 12 anos. Era uma criança que só tinha um desejo na vida: ter um cachorro.
Eu colecionava álbuns de cãozinhos, tinha blusas e sonhava com o dia em que finalmente pudesse abraçar meu melhor amigo. Até que esse dia chegou.
Minha tia, que também é uma apaixonada pelos caninos, ligou pros meus pais e disse que tinha um presente pra mim. Nunca esqueço minha felicidade à caminho da casa da tia. Também nunca nunca vou esquecer o momento em que abri a porta e senti amor! Amor à primeira vista! Lá estava, uma cachorrinha branca que nem um algodão que veio correndo pra cima de mim dar uma lambida! Luckiest day of my life! A gente se amou de cara, é sério! Corremos o dia inteiro! Eu feliz de tê-la encontrado, e ela feliz de ter me achado.

Um tempo depois descobri que no meu prédio não podia ter cachorro. Um drama.
Iam tirar a Hanna de mim. Chorei muito. Muito. Muito. A gente já não se desgrudava.
Até que ficou decidido, a Hanna iria ficar com uma adolescente muito fofa que concordou em 'dividir' ela conosco. A cada três meses eu ia lá vê-la. De aniversário eu pedia: quero acordar com a Hanna aqui.
Era a minha maior felicidade. Ela sempre foi uma cachorra diferente. Quando ela chegou pra mim tinha já 2 anos de idade. Tinha sido rejeitada duas vezes e por isso sempre foi muito medrosa e insegura. Pra mim, ela não tem uma raça específica, é única. Não tem cachorro igual no planeta. Além disso, sempre teve a habilidade de não saber andar na rua, muito teimosa, muito avoada, muito amorosa sempre. Comigo e com quem convivia, porque com as outras pessoas e com os outros cachorros ela nunca foi muito sociável. Eu ficava olhando pra bichana e tentando entender. Queria tanto falar com ela. Ela sempre teve personalidade forte e eu sempre fui uma frouxa. Ficava agarrada com ela, e mesmo com uma cara de 'ai, que saco' ela não me afastava. Deixava eu esbanjar meu excesso de carinho naquele focinho molhado.
Nós crescemos juntas. Éramos crianças e brincávamos. Fui crescendo e no momento certo, em 2007, a adolescente agora adulta não poderia mais ficar com ela. 'Rejeitada' 3 vezes. Mas não por mim. Nunca por mim. Ela foi morar lá em casa. Pela primeira vez consegui ter a rotina que sempre quis ter com ela.
Deu muito trabalho. Dá muito trabalho. Muito! Mas não tem preço chegar triste, cansada, voltar de uma viagem e abrir a porta e dar de cara com muito amor. Sempre. Todos os dias eu acordava e me apaixonava por ela de novo. Todos os dias. Sem tirar nem pôr.

Meu maior medo de todos. Pânico. Era ela morrer. Não sei dizer porque, de onde veio isso. Racionalizar não adianta. Pânico é irracional.

Então, de um tempo pra cá ela tem ficado mais velhinha e mais cansada.
Sinto que meu medo está para se tornar realidade. O que tenho feito ultimamente é me treinar imensamente para dar um fim à minha covardia e começar a retribuir com toda minha energia, o amor que recebi.
As lambidas nas lágrimas. O rabinho abanando. As brincadeiras de pique-esconde. O suporte silencioso. As noites juntas. Os dias solitários. Toda a felicidade transbordante que eu senti e sinto com ela por perto.
Tenho aprendido ainda mais, que o Medo é o oposto do Amor. Que eu não quero ter medo que ela morra, eu quero Amar a vida que ela teve. Então eu abraço, digo que amo, dou remédio, faço a comida. Mesmo com o coração quase inexistente de tão pequeno.

Se ela pudesse me escutar e entender, eu diria:

Hanna, muito obrigada por ter me dado 12 anos de amor pleno, felicidade absurda, por ter me ensinado tantas coisas sem falar uma palavra, por ser linda e ter deixado uma marca definitiva e eterna na minha vida. Minha vida se divide em antes e depois de você.
E eu não estou exagerando.
Espero conseguir demonstrar isso durante o tempo que nos resta.
Eu te amo muito.

"So don't forget If the future should take you away. That you'll aways be part of me"


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Quem sou eu? Aonde estou?

Tenho aprendido tantas coisas... mas não tenho me reconhecido. Amadurecimento, talvez? Acho boring.
Meus Mr.Bigs. Meus eternos homens que não sabem lidar com seus próprios sentimentos.
Vocês me fizeram tão feliz! E me fizeram sofrer TANTO.
Amei vocês de verdade por mais que fossem de mentira.
Me ensinaram muito, meus amores.
Talvez eu não esteja na minha zona de conforto agora, embora pareça.
Minha zona de conforto eram vocês. Só que de confortável não tinha nada.
Doeu muito o que fizeram: nunca me amaram.
Mas saibam, que amei muito por todos nós!
E continuo amando o que ficou aqui dentro, um pedacinho de cada um.

'Cause nothing lasts forever, but I will always love you.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Flertes

Me sentindo frágil.
Falei o que estava sentindo na hora e saiu completamente errado. Porque meus sentimentos mudam a cada segundo! Mas tem um sentimento que não muda mesmo! My love for you.

Porque preciso te falar tudo que se passa na minha cabeça? Que habilidade eu tenho de te magoar por causa dessa doença maldita chamada insegurança.

Me desculpe!

Eu quero flertar com você forever!

sábado, 19 de maio de 2012

my love will turn you on

In the middle of the night.
In the middle of the night I call your name.

Só preciso dizer que realmente é preciso caminhar por tempo suficiente. Porque absolutamente tudo é construído, com esforço. E se esforçar as vezes é abdicar de certas coisas, morrer de raiva, engolir o orgulho.
No fundo você sabe que vale a pena. Você sempre sabe.

Faz tempo que eu não escrevo sobre você.
Tenho escrito muito sobre o que você me causa. Não sobre a sua pessoa.

Eu me sinto tão linda, tão maravilhosa, gostosa, amada e feliz.
De novo escrevi sobre o que você me causa. Mas a realidade é essa, na verdade.
A gente não se ama. A gente ama quem nós somos perto dos outros.

Espero que você se sinta tão lindo, maravilhoso, gostoso, amado e feliz ao meu lado quanto.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lucy in the sky

"ah, é só por diversão"

São duas noites seguidas em que ele sai sozinho enquanto eu trabalho na madrugada. So far so good. só que não. Eu realmente queria não me importar. A questão é que eu não me importo com o fato dele sair sozinho na noite, só me importo com o fato de eu não estar lá, ora. Me divertindo. Puta que pariu, parece que foi há UM SÉCULO a última vez em que me diverti pra valer. Ô, faz tempo. Ah eu fico puta sim. Meu coração quase desapareceu aqui, deus me livre. A gente se despediu tão fofamente e aí agora ele diz: 'Ah então tá, agora que você deixou (?) eu fazer isso vo lá tá; bjs'. Vai lá sim, baby! Vá pa puta que pariu com a minha diversão não existente. Divirta-se aí, viu! Enquanto eu trabalho! Ainda faltam 6 horas pra sair daqui! Rá rá rá.
Ah, porra!
Preciso comprar um 'how to not give a fuck for dummies'. Cadê? Onde vende?
Mas tudo bem. Acredito no Cosmos. Vou respirar e não pensar nisso. Pronto! Simples!
só que não.

Meu problema é essa eterna sensação de invasão. Amar é muito difícil. Eu me sinto invadida, remexida, revirada. Então quando isso acontece tenho a necessidade de trancar meus sentimentos, sabe como é, preservação. Tenho sentido isso direto com ele. Ele entra, dá uma olhada em tudo e sai como se nada tivesse acontecido. E eu fico aqui, tentando juntar os cacarecos. Dá trabalho! Enquanto me preservo ele continua a vida dele. Que raiva, não? O mundo dele não gira ao meu redor. O que é ótimo, é claro, porque o meu também não gira ao redor dele, cruz credo. A questão aqui é prioridade. Sinto que ele está figurando em uma posição muito mais acima na minha lista, enquanto eu espero estar entre os top 10 na lista dele. Eu absolutamente me odeio quando percebo isso, tipo agora. Alou, preciso trabalhar isso. Isso, digo, a questão de pensar nele enquanto faço minhas coisas... pensar: 'poxa, gostaria que ele estivesse aqui'. Enquanto agora ele provavelmente deve estar doidão se divertindo pra caralho com pessoas aleatórias e nem aí pro fato d'eu estar trancafiada nesse cubículo horroroso que tenho que chamar de trabalho. Porfa.

Aí o que meu instinto grita pra mim? Amanhã não liga, não nada. E o que ele vai fazer amanhã também? Não ligar, não nada. NÉ legal?

Preciso me divertir muito sem ele. É sério. Faz tempo que não acontece. Saudades das noites psicodélicas, muita saudade!

Amor my ass. Amor is bullshit.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

If you ain't special, baby

Joguei minha jaqueta de pseudo-couro por cima de uma lingerie creme e preta e vesti meus coturnos.
Tom Waits seduzia os alto-falantes me dizendo que eu era tão má quanto ele. Uma heineken gelada descia pela minha garganta enquanto algumas gotas teimavam em cair na minha barriga. Pela primeira vez senti ele olhar pra mim do jeito que eu sempre olho pra ele. Admiração e tesão. Muito tesão.
Me olhava no espelho e me sentia livre. Linda demais. Gostosa pra caralho.
Montei meu palco, escolhi meu figurino. Que porra é essa? Porque não consigo ser livre fora do motel? Mas eu não estava livre lá dentro. Minha mente ainda acorrentada à escuridão do inconsciente. Mão na barriga. Mão de homem, barriga de mulher. Desliza. Dedo. Pontada de tesão. Me desvio, mais cerveja. Mais música.
Cada passo a frente me aproximando da liberdade de tornar-me melodia. Um passo, uma batida. Meu quadril dança. Ele assiste imponentemente Homem. Leão. Meu corpo acompanha minha mente na leveza e elegância de uma felina. Tigresa. Tão poderosa e tão frágil.
Aquela mão enorme, macia e masculina me puxou pra perto de um peitoral peludo e confortável. Quando um Homem consegue externalizar a maioria das potencialidades da espécie, não há fêmea que resista. E ele é tão Homem. A barba percorria todo o meu corpo. Eu sou tão Mulher ao seu lado. Ahn. Tão Mulher. AAAhhn. Aahhn. Aaahhhhn.

'If you ain't special, baby
then everything's the same.'

e baby, eu sou especial.
porra, eu sou especial pra você.

sábado, 5 de maio de 2012

Mais um desabafo

Não sou inteligente. Cheguei a essa conclusão agora há pouco. Acho que vou fazer um teste de QI pra comprovar. Minha mente é muito dispersa e guarda informações de natureza absolutamente emocional. O meu problema, acho, é a minha curiosidade extrema patológica. Eu simplesmente quero saber de TU-DO. TUDO. Não importa. É claro, existem milhões de assuntos que não me interessam. Mesmo assim, quero saber. Acho fantástico quem manja de física, química, política, história, economia, música e cinema e fala de tudo isso com uma facilidade imensa. Eu acabo assim, querendo saber de tudo e por isso mesmo não sabendo de nada. Absolutamente frustrante. Também tenho essa outra teoria de que preciso trabalhar primeiro minha inteligência emocional senão a racional não vai funcionar direito. Mas o verdadeiro problema são as porras dos planetas de toda a porcaria do sistema solar que foram se acumular na porra da quarta casa enquanto o signo de Câncer estava lá exatamente na hora do meu nascimento. Quer dizer.
Claramente meu emocional interfere em todos os aspectos racionais da vida. Assim, não existe muito espaço para o racional por aqui. Na verdade, o que eu consigo racionalizar com firmeza são meus sentimentos. hahaha
Por isso, o que eu consigo identificar é uma cobrança muito grande da minha parte de ser a pessoa mais foda do mundo. Uma expectativa imensa em relação a mim mesma e exatamente por isso, uma frustração gigantesca o tempo todo. Adicionem aí problemas de auto-estima, que fode com tudo o que acabei de escrever acima. Um egoísmo sem fim que tento combater (nem) todos os dias. Quero que todo mundo goste de mim de graça, oquei. Ao mesmo tempo não tenho paciência pra maioria das pessoas. Quero fazer muita coisa e acabo não fazendo nada. Essa é minha vida. E é claro, é igual a vida da maioria das pessoas. Gente, não dá pra parar pra pensar nisso senão a gente enlouquece big time. Tava lendo Bukowski e em uma parte ele escreveu: "Dee Dee sabia umas coisas da vida. Ela sabia que o que acontecia pra um, acontece também pra maior parte da tribo. Nossas vidas não são tão diferentes, embora a gente goste de achar que são. A dor é estranha. A dor chega, BANG, e aí está ela, instalada em você. É real. Aos olhos dos outros, parece que você está de bobeira. Um idiota, de repente. Não há cura pra dor, a menos que você conheça alguém capaz de entender seus sentimentos e saiba como ajudar.". É só isso que eu sei. Que viver dói. Só isso.
Acho lindo quando alguns membros da tribo conseguem dar uns toques extremamente pessoais e iluminados nas paradas mais normais/banais. Isso me inspira a seguir em frente. Mas fico querendo fazer parte disso também. Me inspiro demais, mas queria pirar mais. Chegarei lá.
É o caminho que importa. O segredo é só esse. E não deveria ser segredo algum. Aonde você quer chegar? Tudo o que você faz pra conseguir chegar é a vida. As pequenas decisões do dia a dia, as pequenas escolhas que te levam ao seu destino. Destino. Nossa...
E quando você chegar lá, você vai mirar outro caminho e é isso. Viver não é chegar, é ir.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Vocês merecem

Existe na vontade sincera de compartilhar, uma semente de amor pura e simples.
Hoje em dia com todas as possibilidades de comunicação fácil, o botão 'compartilhar' do facebook é um exemplo, o ato de com-par-ti-lhar virou também uma manifestação ególatra. Virou 'corriqueiro', fácil, superficial é a palavra exata.
Isso porque quando surge a verdadeira VONTADE de compartilhar algo com as pessoas quer dizer que você acreditou tanto naquilo que você PRECISA fazer com que o resto da humanidade sinta, viva, leia o que quer que seja também. Porque todos MERECEM.

então, por favor, sintam, leiam, vivam isso também. nós merecemos!

"Apesar de todas as derrotas que a história registra, do nascimento e da extinção de civilizações, do desaparecimento de raças e continentes, existe um edifício resistente e invencível, que é a verdadeira habitação do homem. No dia em que acreditarmos nessa verdade, estaremos preparados para habitá-lo. E não será necessário, para tanto, querer destruir o mundo.
Da mesma forma que os rios são tragados pelos oceanos, os caminhos menos importantes serão, eventualmente, absorvidos pelo grande caminho, tenha ele o nome que tiver. As moralidades, éticas, leis, costumes, crenças, doutrinas - todo esse conjunto -não tem grande importância. Tudo o que interessa é que o milagroso torne-se o normal. Mesmo agora, frustrados e cheios de entraves como somos, o milagroso nunca está totalmente ausente. Mas como são errados, grotescos e desajeitados os nossos esforços para descobri-lo. Toda a criatividade, todo o enorme trabalho gasto com invenções, que são consideradas maravilhas do engenho humano, devem ser encarados não somente como trabalho perdido, mas também como um esforço inconsciente do homem para adiar e fugir do milagroso. Atulhamos a terra com nossas invenções sem pensar que elas talvez sejam inúteis - ou desastrosas. Inventamos os mais espantosos meios de comunicação, mas será que conseguimos nos comunicar com alguém? Transportamos nossos corpos de um lado para o outro da Terra com extrema rapidez, mas será que saímos do lugar onde estamos? Não. Estamos mentalmente, fisicamente e espiritualmente acorrentados. O que conseguimos ao derrubar montanhas, ao acumular a energia de rios caudalosos, ou ao mudar de lugar populações inteiras como se fossem peças de xadrez, se continuamos a ser as mesmas pessoas irrequietas, miseráveis e frustradas que éramos antes? Chamar tais atividades de progresso, é uma grande ilusão. É possível que o homem consiga alterar a face da terra de tal forma que nem sequer o Criador a reconheça, mas se os resultados dessas alterações não nos afetam, onde está o sentido de tudo isso?
As ações que tem sentido não necessitam de um impulso inicial. Quando tudo ao nosso redor está se despedaçando e se arruinando, talvez a atitude mais sensata seja a de ficar quieto, imóvel. O homem que consegue compreender e exprimira verdade que está oculta dentro de si mesmo, realizou uma tarefa mais poderosa do que a destruição de um império. Não é sempre necessário, além do mais, calar a verdade. Apesar do mundo estar se desagregando, a verdade permanece.
No começo foi a Palavra. O homem a representa. Ele é o representante e não o ator."


Transbordemo-nos.