sábado, 24 de dezembro de 2011

Nunca.

Porque eu não gosto de me ver feliz?
Porque essa constante auto-sabotagem?

Porque dói.

Ser feliz dói. Ser triste dói. E amar dói mais do que tudo.
Me importar com as pessoas dói.  Ser sozinha dói.

E eu me saboto na vã esperança de me proteger de tudo.
Porque a dor de viver é constante e intensa.

Mas a dor mais insuportável de todas seria se você deixasse de me amar um dia.
Olhar pra você e não ver brilho saindo dos seus olhos.
Não me ver refletida como uma mulher linda, poderosa e frágil.
Eu gostaria de me ver como você me vê. Ou via.

Eu odeio te decepcionar.
Parece que meu coração se rasga como folha de papel cortado em pedacinhos.
E que eu não mereço tudo o que você é no mundo.

Estou escrevendo melações que eu adoro ler em livros e ver em filmes e nunca pensei que fosse realmente viver. Na vida real, eu não permito melações. Pra evitar dor.

Eu sei que é inútil. Eu sei que vai doer de qualquer jeito.
Desde sempre contemplei o fatídico vazio da existência.
Mas eu não me sinto sozinha quando te olho, quando te escuto, quando te toco.

Você me derrete porque você consegue ser tão lindo o tempo inteiro e te ver sorrir quase me mata de prazer. Te ter em mim é transcendental.

Será que você entende?

Eu quero desaparecer dentro do seu beijo.
O seu beijo traz sentido à minha vida.

Eu te amo com tanta verdade e pureza e raiva e dor,
que nunca vou te falar isso.

nunca.

pra me proteger do bicho papão devorador de almas que mora dentro da minha cabeça.

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